O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, morreu nesta quarta-feira (31) em Teerã, capital do Irã, em um bombardeio atribuído a Israel tanto pelo movimento islamista palestino como pelo Irã, que prometeram vingança, o que provoca o temor de que a guerra em Gaza se espalhe pelo Oriente Médio.
O guia supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, prometeu um "duro castigo" a Israel e afirmou que Teerã considera que é seu "dever buscar vingança".
O novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, afirmou em um comunicado que "os sionistas verão em breve as consequências do seu ato terrorista e covarde". As políticas de Israel "chegaram a um beco sem saída", acrescentou.
Israel se recusou a comentar o ataque, ocorrido depois de o Exército israelense bombardear um subúrbio da capital do Líbano na terça-feira e matar o comandante militar do Hezbollah, Fuad Shukr.
As mortes de ambos os líderes destes movimentos que se opõem a Israel alimentam receios de que a guerra em Gaza conduza a um conflito mais amplo no Médio Oriente.
O Hamas trava há mais de nove meses uma guerra contra Israel na Faixa de Gaza, um território que governa desde 2007, desencadeada pelo ataque sem precedentes de 7 de outubro de seus combatentes contra o sul do território israelense.
"O irmão, o líder, o mujahedin Ismail Haniyeh, líder do movimento, morreu em um ataque sionista contra sua residência em Teerã depois de comparecer à cerimônia de posse do novo presidente iraniano", afirmou o movimento palestino em um comunicado.
Um membro do gabinete político do Hamas, Musa Abu Marzuk, declarou que "o assassinato do líder Ismail Haniyeh é um ato de covardia e não ficará impune". Israel não fez comentários até o momento.
A Guarda Revolucionária do Irã afirmou que o ataque contra uma casa matou Haniyeh e um de seus seguranças.
No exílio entre a Turquia e o Catar, o líder do grupo islamista, de 61 anos, viajou a Teerã para assistir na terça-feira à cerimônia de posse de Pezeshkian.
O Irã decretou três dias de luto oficial e pediu que o Conselho de Segurança da ONU convoque uma reunião de emergência nesta quarta.
O Hamas informou que uma cerimônia fúnebre "oficial e pública" será organizada na quinta-feira em Teerã, antes do traslado do corpo de Haniyeh para Doha, capital do Catar, para o sepultamento na sexta-feira.
(AFP)