O ano de 2024 promete movimentar o cenário político mundial. Diversos países em todos os continentes terão eleições nacionais, o que levará boa parte da população do planeta às urnas. Em alguns países, como Rússia e México, o pleito já ocorreu. 

Confira as expectativas para algumas eleições ao redor do mundo: 

França

A extrema direita e seus rivais lançaram nesta sexta-feira (5) sua ofensiva final para atrair eleitores a participarem das legislativas antecipadas, que poderão levar a extrema direita de Marine Le Pen ao poder. O segundo turno das eleições parlamentares acontecerá no próximo domingo (7/7). 

O presidente de centro-direita, Emmanuel Macron, chocou a França com a inesperada antecipação eleitoral que justificou como forma de bloquear o Reagrupamento Nacional (RN) de Le Pen, que venceu as eleições europeias de 9 de junho. 

Mas o RN e seus aliados venceram o primeiro turno das legislativas com um terço dos votos, à frente da coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP, 28%) e da aliança de centro-direita de Macron, Juntos (20%). 

Para o segundo turno de domingo, o bloco de extrema direita é o único com chances de alcançar a maioria absoluta de 289 deputados e nomear Jordan Bardella como primeiro-ministro, mas suas possibilidades foram reduzidas após um acordo entre seus adversários. 

A "urgência" é "impedir a todo custo" a chegada da extrema direita ao poder, reiterou esta sexta-feira a líder ambientalista Marine Tondelier à Franceinfo, que apelou aos eleitores para que votem em opositores ao RN. 

EUA 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu nessa quinta-feira (4/7) permanecer na corrida eleitoral, frente a apelos crescentes pela retirada da sua candidatura para as eleições presidenciais de novembro. “Não vou a lugar nenhum”, afirmou o presidente, 81, respondendo ao comentário de um de seus apoiadores, durante uma celebração na Casa Branca pelo Dia da Independência americana.

O presidente democrata enfrenta crescentes apelos para retirar sua candidatura nas eleições presidenciais de novembro, nas quais busca um segundo mandato, devido a sérias preocupações sobre sua saúde.

Biden encontra-se mais pressionado que nunca para provar sua capacidade de liderança. Contudo, a Casa Branca rejeitou categoricamente na quarta-feira a possibilidade de Biden desistir da disputa presidencial.

Irã

Quase 61 milhões de iranianos estão registrados para comparecer às urnas nesta sexta-feira (5/7) para o segundo turno das eleições presidenciais, uma disputa entre o deputado reformista Masud Pezeshkian e o candidato ultraconservador Said Jalili para substituir o presidente Ebrahim Raisi, que morreu em um acidente de helicóptero em maio.

O líder supremo da República Islâmica, o aiatolá Ali Khamenei, a principal autoridade do país, votou pouco depois da abertura das seções eleitorais, às 8h locais (1H30 de Brasília).

As eleições, antecipadas após a morte do presidente ultraconservador Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero em 19 de maio, acontecem em um cenário de descontentamento da população com a crise econômica, consequência da pressão das sanções ocidentais.

A votação é acompanhada de perto pela comunidade internacional devido às tensões no Oriente Médio com a guerra em Gaza e a disputa do Irã com os países ocidentais por seu programa nuclear.

A taxa de participação no primeiro turno, na semana passada, foi de apenas 39,92%, o menor nível nos 45 anos da República Islâmica.

No primeiro turno, Pezeshkian, o único reformista que teve a candidatura autorizada, recebeu 42,4% dos votos, contra 38,6% de Jalili.

Venezuela

Uma "maré vermelha" com milhares de pessoas, bandeiras, fotos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro, que concorre à reeleição na Venezuela: a campanha presidencial começou oficialmente na quinta-feira (4/7), também com uma "onda branca" opositora maciça que busca romper com 25 anos de chavismo.

O processo, a 24 dias das eleições de 28 de julho, começa em meio a muitas incertezas e denúncias de "perseguição", detenções e inabilitações de opositores, acusados pelo governo de conspiração.

"Estamos ganhando e ganhando bem, mas que ninguém baixe a guarda", disse Maduro diante de seus seguidores no centro de Caracas. "Preparem-se para a surra que vamos dar neles!"

Mais cedo, Maduro viajou ao estado petrolífero de Zulia (oeste) como parte de uma "tomada" de 70 cidades do país, um número simbólico pois é a idade que o finado Hugo Chávez completaria justamente no dia da eleição.

Uruguai 

Os afilhados políticos do presidente Luis Lacalle Pou e do ex-mandatário José Mujica aparecem como favoritos para conquistar as candidaturas presidenciais de seus respectivos partidos, segundo as últimas pesquisas no Uruguai. A eleição geral está marcada para 27 de outubro. As primárias partidárias determinarão quem concorrerá em outubro para ocupar a cadeira presidencial entre 2025 e 2030. 

No Partido Nacional, que lidera a coalizão de centro-direita que governa o país desde 2020, Álvaro Delgado, ex-secretário da Presidência, lidera as intenções de voto com 63-66%, seguido da economista Laura Raffo, com 19-25%. 

Na esquerdista Frente Ampla (FA), a maior força de oposição do país, Yamandú Orsi, herdeiro do legado de Mujica e ex-intendente do departamento de Canelones, está na frente com 55-58% das intenções. Sua principal rival, a intendente de Montevidéu, Carolina Cosse, apoiada por comunistas e socialistas, tem 35-37%.

Os números mostram que o Partido Colorado (PC, centro-direita) está mais dividido. Assim como o Nacional, o Colorado é um dos partidos mais antigos do país e integra a coalizão no poder. (Com informações da AFP)