O G7 declarou apoio à Ucrânia frente à invasão da Rússia, nesta terça-feira (17), no último dia da cúpula do grupo, no Canadá, alterada na véspera pela saída abrupta do presidente americano, Donald Trump, que alegou precisar dar atenção ao conflito entre Israel e Irã.
O presidente americano, que mantém relações tensas com seu colega ucraniano, não encontrou Vlolodimir Zelensky, que chegou ao Canadá nesta terça-feira para defender a causa de seu país perante o clube de grandes democracias industrializadas.
Zelensky chegou a Kananaskis, nas Montanhas Rochosas canadenses, onde se reúnem os líderes de Alemanha, Canadá, França, Itália, Reino Unido e Japão, enquanto Kiev era impactada por um dos bombardeios mais violentos desde a invasão ordenada por Vladimir Putin, em fevereiro de 2022, que deixou ao menos 14 mortos na capital ucraniana.
O ataque russo, segundo o presidente ucraniano, reforça a necessidade de que os aliados da Ucrânia aumentem seu apoio.
"É importante que nossos soldados sejam fortes no campo de batalha, que permaneçam fortes até que a Rússia esteja pronta para as negociações de paz", disse Zelensky. "Estamos prontos para as negociações de paz, para um cessar-fogo incondicional. Para isso, precisamos de pressão".
Ao receber Zelensky, o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, anfitrião da cúpula, anunciou que seu país dará uma nova ajuda militar à Ucrânia de 2 bilhões de dólares canadenses (1,47 bilhão de dólares americanos ou 8,05 bilhões de reais), em particular para drones e veículos blindados.
Carney reiterou "a importância de ser solidários com a Ucrânia" e de "exercer máxima pressão" sobre Putin, que tem se negado a se sentar na mesa de negociações.
O presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou que Putin aproveitou a tensão internacional provocada pela tensão entre Irã e Israel para ordenar o ataque a Kiev.
"Mostra o complexo cinismo do presidente Putin, que utiliza o contexto internacional para intensificar os ataques contra civis", disse Macron aos jornalistas.
Apoio à Ucrânia
Carney também anunciou um novo empréstimo à Ucrânia de 2,3 bilhões de dólares canadenses (US$ 1,7 bilhão ou 9,2 bilhões de reais) para ajudar a reconstruir sua infraestrutura e sistemas públicos, e se uniu ao Reino Unido para endurecer as sanções contra a chamada "frota fantasma" da Rússia, utilizada para driblar as sanções internacionais sobre suas vendas de petróleo.
O Reino Unido também disse que quer aumentar a pressão econômica sobre a Rússia para mostrar a Putin que é melhor pôr fim à guerra.
"Essas sanções atingem diretamente o coração da máquina de guerra de Putin, asfixiando sua capacidade para continuar sua guerra bárbara na Ucrânia", disse o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, em um comunicado.
Os legisladores americanos também redigiram um pacote de novas sanções contra a Rússia, mas o presidente Donald Trump tem dúvidas, porque quer preservar as relações com Putin, com quem falou por telefone dias antes da cúpula do G7.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse a jornalistas que, apesar da atenção à crise no Oriente Médio, o G7 - Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália, Japão - seguirá focado na Ucrânia.
Trump deixou a cúpula na noite de segunda-feira em meio à guerra entre Israel e Irã.
"Obviamente, com Trump fora [da cúpula], as discussões podem ser um pouco mais fluidas, mas também têm menos impacto com a nação mais poderosa ausente", expressou um diplomata de uma nação do G7, sob condição de anonimato.