O presidente Donald Trump declarou nesta sexta-feira (20) que o Irã tem no "máximo" duas semanas para evitar possíveis ataques aéreos dos Estados Unidos, sugerindo que poderia tomar uma decisão antes do prazo que estabeleceu ontem.

Além disso, Trump descartou a possibilidade de sucesso das conversas entre países europeus e Irã sobre a resolução do conflito entre Israel e a República Islâmica, que começaram nesta sexta-feira em Genebra, na Suíça.

Também minimizou a possibilidade de pedir a Israel que interrompa seus ataques, depois que o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, disse que Teerã não retomaria as negociações com os Estados Unidos até que Israel cedesse em sua ofensiva.

"Dou a eles um prazo, e diria que duas semanas seria o máximo", disse o dirigente americano à imprensa quando perguntado se poderia decidir atacar o Irã antes disso.

Trump acrescentou que o objetivo era "ver se eles recuperam o bom senso".

O presidente americano tinha afirmado na quinta-feira que decidiria sobre uma eventual intervenção militar em apoio a Israel "dentro das próximas duas semanas" porque havia uma "possibilidade substancial de negociações" com o Irã.

Esses comentários foram considerados como a abertura de uma janela de duas semanas para negociações destinadas a encerrar a guerra entre Israel e Irã.

Mas suas últimas declarações indicam que ele ainda poderia tomar uma decisão antes disso, se sentir que não há avanços para o desmantelamento do programa nuclear do Irã.

Em 13 de junho, Israel lançou uma campanha de ataques aéreos contra o Irã, sob a justificativa de que Teerã estava prestes a adquirir uma arma nuclear. Os iranianos responderam com lançamentos de mísseis e drones.

Trump descartou a possibilidade de que a Europa possa contribuir para acabar com a guerra, ao indicar que as conversas entre os principais diplomatas de Alemanha, França, Reino Unido e União Europeia com o chanceler iraniano "não ajudaram".

"O Irã não quer conversar com a Europa. Eles querem falar conosco. A Europa não poderá ajudar nisso", disse Trump aos jornalistas ao chegar a Morristown, Nova Jersey.

Quando perguntado se pediria a Israel que interrompesse seus ataques como o Irã havia pedido, Trump disse que era "muito difícil fazer esse pedido neste momento".

"Se alguém está vencendo, é um pouco mais difícil fazer isso do que se alguém está perdendo, mas estamos prontos, dispostos e capacitados, e estivemos conversando com o Irã. Vamos ver o que acontece", acrescentou.