Equipes tentam resgatar a brasileira Juliana Marins, 26, que caiu em um penhasco no entorno do vulcão Rinjani, na Indonésia, segundo o Ministério das Relações Exteriores. A mulher está presa no local desde sexta-feira (20/6). A formação geológica tem 3.726 metros de altura e fica localizado na ilha de Lombok, a cerca de 1.200 km de distância da capital, Jacarta.

Juliana fazia uma trilha e o percurso tinha previsão de durar até domingo (22). Os trabalhos para retirá-la do local são dificultados pelas condições climáticas e pelo terreno. A operação já foi paralisada duas vezes.

Entenda o que se sabe, até agora, sobre o resgate de Juliana:

Condições meteorológicas e terreno ruins

A região do vulcão Rinjani é de difícil acesso pelo terreno rochoso e irregular. Ainda há muita umidade, favorecendo a formação de neblina e deixando as pedras escorregadias, o que dificulta o resgate. Nos últimos dias, também chove muito na localidade.
Essa situação já resultou na interrupção do resgate por duas vezes.

Operação com cordas

Toda a operação para salvar Juliana é feita por alpinistas. Eles tentam fixar uma base no penhasco e usar cordas de 450 metros para alcançar a brasileira -a cerca de 500 metros abaixo da trilha.
A fixação de uma estrutura, porém, é dificultada pelo clima.

Uso de helicóptero

A equipe de salvamento cogita usar um helicóptero para chegar à brasileira. O uso da aeronave, porém, é visto como perigoso pela baixa visibilidade. Por isso, deve ser a última opção, acionada se o resgate ultrapassar as 72 horas, delimitadas como críticas para a sobrevivência em situações extremas.

Segundo relatos de familiares da vítima, o uso do equipamento também está sendo dificultado pelas autoridades locais, que até agora não teriam fornecido uma modelo.

Próximos passos

Após serem interrompidas na manhã desta segunda (23), as buscas por Juliana Marins, 26, já estão sendo retomadas.
Conforme o Itamaraty, funcionários da embaixada brasileira na capital Jacarta vão acompanhar os trabalhos no local. Na região, também estão membros de equipes locais, que detém conhecimento específico do terreno e condições climáticas da área.

Na noite de domingo (22), Brasília pediu ao governo indonésio que reforçasse as buscas. O embaixador do Brasil em Jacarta ainda entrou em contato com os diretores da Agência de Busca e Salvamento e da Agência Nacional de Combate a Desastres da Indonésia.

TRILHA É CONSIDERADA DIFÍCIL

A trilha seguida pela publicitária brasileira Juliana Marins até o vulcão Rinjani, na Indonésia, é uma das mais populares do país asiático. A 3.726 metros de altitude, o monte está localizado na ilha de Lombok e é o segundo maior do país.

A trilha ao vulcão teria duração de três dias e duas noites, de 20 a 22 de junho, e foi programada com uma agência local, segundo Mariana Marins, irmã de Juliana. Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, a publicitária está em um mochilão pela Ásia desde o final de fevereiro deste ano.

A vista de cima do vulcão Rinjani é uma das principais atrações do Parque Nacional do Monte Rinjani, área preservada de 41 mil hectares que atrai turistas de todo o mundo. Dentro do monte, a caldeira do vulcão, com mais de 50 quilômetros quadrados, guarda o lago Segara Anak, uma fonte termal natural.

É possível chegar ao local por duas cidades, Senaru e Sembalum.
Para fazer a trilha, os visitantes precisam de um alto nível de preparo físico, diz o parque, acrescentando, em sua página oficial, que visitantes já morreram por não seguirem as recomendações e preparos sugeridos.

No site oficial, o Parque Nacional do Monte Rinjani diz que a HPI (Associação de Guias Licenciados, em português) emite certificação para os guias do Monte Rinjani, no entanto, ressalta que o padrão de certificação e o treinamento exigido para os profissionais locais não são tão rigorosos quanto outros países.

"Acidentes graves, incluindo fatalidades, ocorrem em trilhas no Rinjani conduzidas por esses guias".