O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi questionado nesta terça-feira (15) sobre a razão de ter aplicado sobretaxa de 50% aos produtos importados do Brasil, mesmo com superávit em relação ao país, e respondeu: "porque posso".

"Eu estou fazendo porque posso fazer, ninguém mais conseguiria fazer. Temos tarifas em vigor porque queremos tarifas e queremos o dinheiro (das taxas) vindo para os EUA", disse o republicano.
"Mas há dois aspectos sobre tarifas: o dinheiro que entra e, o outro aspecto, em vez de pagar tarifas, o país ou a empresa vão produzir nos EUA e isso cria empregos", afirmou.

Na carta endereçada ao presidente Lula (PT), Trump afirma erroneamente que os EUA têm déficit com o Brasil. O país americano, na verdade, registra superávit comercial com o Brasil há 17 anos.

A motivação econômica é citada ao final da carta, em trecho semelhante ao que ele tem enviado a outros países. No início do documento, Trump afirma haver uma caça às bruxas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e cita "centenas de ordens secretas" que censurariam a liberdade de expressão dos americanos como justificativa para as tarifas.

Ainda nesta terça, em outro momento da mesma entrevista que deu a jornalistas enquanto deixava a Casa Branca, Trump falou sobre Bolsonaro, ao ser questionado sobre a denúncia feita pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o ex-presidente.
Trump perguntou se Bolsonaro iria a julgamento agora e quando começaria, adicionando o comentário: "ele ainda não foi condenado, certo?".

Em seguida, o presidente afirmou que não é amigo de Bolsonaro, mas acredita que ele é um "bom homem" e que não é desonesto.
"Olha, ele não é como um amigo meu. Ele é alguém que eu conheço, e eu o conheço como um representante de milhões de pessoas, brasileiros. Eles são ótimas pessoas, e ele ama o país, e ele lutou muito por essas pessoas, e eles querem colocá-lo na prisão", disse.

"Eu acho que isso é uma caça às bruxas, e acho que é muito lamentável, e ninguém está feliz com o que o Brasil está fazendo, porque Bolsonaro foi um presidente respeitado", repetiu o presidente americano.