Um consórcio de 60 cientistas de 17 países publicou, em junho de 2025, uma revisão anual dos principais indicadores de aquecimento global. O trabalho — divulgado na revista Earth System Science Data — mostra que o aquecimento causado pelo ser humano acelerou para 0,27 °C por década entre 2015 e 2024 e indica que ultrapassar o limite de 1,5 °C do Acordo de Paris é agora “inevitável”[1].

Três revelações que tornam o estudo urgente

  • Orçamento de carbono em colapso
    Restam aproximadamente 130 bilhões t de CO₂ até 2030 para manter 50 % de chance de limitar o aquecimento a 1,5 °C — pouco mais de três anos no ritmo atual de emissões[1].
  • Emissões em novo recorde
    A média da última década atingiu 53 bilhões t CO₂ eq/ano, puxada pelo uso contínuo de combustíveis fósseis e pela redução de aerossóis que antes mascaravam parte do aquecimento[2].
  • Indicadores físicos “no vermelho”
    Indicador Situação mais recente
    Nível médio do mar +26 mm nos últimos 5 anos — mais que o dobro da média de décadas anteriores[3]
    Extensão do gelo marinho na Antártida 2ª menor de toda a série histórica[3]
    Acidificação oceânica pH médio da superfície cai 0,0010 ± 0,0001 por ano[2]

O que muda para o Brasil

  1. Extremos mais intensos – A Organização Meteorológica Mundial (OMM) projeta 80 % de chance de ao menos um novo recorde global de temperatura até 2029, elevando riscos de secas severas na Amazônia e enchentes no Sul[4].
  2. Agronegócio pressionado – Modelos do Met Office apontam 2025 como um dos três anos mais quentes já registrados; espera-se déficit de chuva capaz de reduzir a produtividade de soja e milho[5].
  3. Saúde pública ameaçada – Ondas de calor intensificam internações por doenças respiratórias e cardiovasculares e ampliam a área propícia a arboviroses, segundo climatologistas brasileiros[6].

Por que este estudo é diferente

Ao contrário de esperar o próximo relatório completo do IPCC (previsto para 2028-29), os autores propõem atualizações anuais “em tempo quase real” dos sinais vitais do planeta, permitindo que governos e investidores reajam com a mesma agilidade aplicada a indicadores econômicos[1].

“Se tratássemos os dados climáticos como tratamos os relatórios financeiros, o pânico se instalaria após cada atualização alarmante.” — trecho do artigo.

Possíveis pautas derivadas

  • “3 Anos para o ponto de virada” – Foco no orçamento de carbono que pode se esgotar até 2028.
  • “Economia 40 % mais pobre” – Conexão entre aquecimento de 4 °C e queda projetada da renda média global.
  • “Brasil sob La Niña” – Destaque para previsões regionais de chuva e calor em 2025 e impactos na safra.
  • “Geopolítica do Clima” – Discussão sobre propostas de geoengenharia e a resistência de parte da comunidade científica.

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