O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, minimizou nesta sexta-feira (25/7) a decisão de seu contraparte francês, Emmanuel Macron, de reconhecer o Estado palestino, e afirmou que "não tem peso."Apesar da firme oposição de EUA e Israel, pelo menos 142 países reconheceram o Estado palestino. Na Europa, países como Espanha, Irlanda, Noruega ou Eslovênia deram este passo em 2024.

"Ele é um cara muito legal, eu gosto dele, mas essa declaração não tem peso", disse Trump a repórteres na Casa Branca antes de partir para a Escócia, um dia após Macron anunciar que a França reconheceria o Estado palestino durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro, em Nova York. "Isso não mudará nada", acrescentou o republicano.

Na quinta-feira, Macron anunciou no Instagram que havia tomado a decisão de reconhecer "o Estado da Palestina" como parte do "compromisso histórico com uma paz justa e duradoura no Oriente Médio". "A prioridade urgente hoje é encerrar a guerra em Gaza e socorrer a população civil", acrescentou.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, condenou uma decisão que, segundo ele, "recompensa o terror" e estabelece "uma rampa de lançamento para aniquilar Israel". "Sejamos claros: os palestinos não buscam um Estado ao lado de Israel, o que buscam é um Estado no lugar de Israel", afirmou em comunicado.

Seu principal aliado, os Estados Unidos, também rejeitou a decisão "imprudente" de Macron que, nas palavras do secretário de Estado Marco Rubio, "serve apenas à propaganda do Hamas e adia a paz".

A situação humanitária em Gaza é crítica. A ONU e diversas ONGs denunciam a "fome" e o risco de que seus mais de dois milhões de habitantes morram de fome. A ofensiva militar israelense contra Gaza deixou pelo menos 59.587 palestinos mortos até o momento, segundo dados do Ministério da Saúde do território controlado pelo Hamas.

A guerra começou após combatentes do movimento islamista realizarem um ataque em Israel em outubro de 2023, que resultou na morte de 1.219 pessoas, segundo dados oficiais israelenses.