O governo Lula (PT) divulgou nota oficial hoje (9/8) na qual diz deplorar a escalada da expansão militar israelense na Faixa de Gaza, anunciada pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na sexta-feira (8). Em nota, o Itamaraty afirmou que a decisão vai agravar a situação humanitária da região e reforçou o apoio a um cessar-fogo permanente.

"O governo brasileiro deplora a decisão do governo israelense de expandir as operações militares na Faixa de Gaza, incluindo nova incursão à Cidade de Gaza, medida que deverá agravar a catastrófica situação humanitária da população civil palestina, assolada por cenário de mortes, deslocamento forçado, destruição e fome", diz o texto.

Libertação de reféns

O Ministério de Relações Exteriores do Brasil também pediu a libertação imediata dos reféns capturados pelo Hamas em outubro de 2023. Além disso, reforçou a necessidade de garantir a entrada de ajuda humanitária em Gaza, considerada parte inseparável do Estado da Palestina. O Ministério de Relações Exteriores do Brasil também pediu a libertação imediata dos reféns, capturados em outubro de 2023 pelo grupo terrorista Hamas, e a liberação da entrada de ajuda humanitária em Gaza. A pasta afirma ainda que o território é parte inseparável do Estado da Palestina.

"Ao recordar que a Faixa de Gaza - assim como a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental - é parte inseparável do Estado da Palestina, o Brasil renova o apelo à retirada completa e imediata das tropas israelenses do território", continua o posicionamento do Itamaraty.

"Nesse contexto, reitera a urgência da implementação de cessar-fogo permanente, da libertação de todos os reféns e da entrada desimpedida de ajuda humanitária".

O presidente Lula tem feito críticas a Israel. No mês passado, por exemplo, disse que há um genocídio na Faixa de Gaza e que os defensores de Israel precisam parar de vitimismo.

Crise de fome

Nas últimas semanas, como resultado da crise de fome em Gaza desencadeada pelo bloqueio de ajuda humanitária imposto por Israel, uma série de países europeus passou a reconhecer a Palestina, incluindo Portugal, Espanha, Noruega e Eslovênia. Outros aliados de Israel, como Reino Unido, França e Canadá, também indicaram seguir no mesmo caminho em caso de piora da situação na região.

Após o anúncio de Netanyahu, a Alemanha suspendeu a venda de armas para Israel, refletindo uma mudança significativa na política do país.

Ao longo da escala do conflito no Oriente Médio, agências da ONU e outras entidades internacionais denunciaram que Israel vinha impondo restrições à chegada de suprimentos à população civil da Palestina, o que fez a fome chegar a nível catastróficos na região.

Balanço de mortes

Segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, 127 pessoas tinham morrido devido à falta de comida desde o início da guerra até julho deste ano. Dessas, 85 eram crianças.

Relatório da instituição Médicos Sem Fronteiras (MSF) divulgado nesta semana afirma que, mesmo em meio à crise humanitária, palestinos famintos e desarmados continuaram sendo "abatidos a tiros como se fossem animais".

Segundo comunicado do governo israelense, a operação anunciada nesta semana faz parte da "proposta para derrotar o Hamas" e vai incluir aumento da ajuda humanitária à população de fora das zonas de combate.

O jornal "The Times of Israel" afirma que o governo deve exigir o deslocamento forçado dos civis da Cidade de Gaza, onde vivem hoje cerca de 800 mil pessoas. A ação pode reduzir ainda mais a área de Gaza onde palestinos podem viver.