IPCC

Cientista brasileira perde votação para comandar painel climático da ONU

Se eleita, Thelma Krug seria a primeira mulher e a primeira representante da América Latina a ocupar o cargo mais alto da instituição

Por Agências
Publicado em 26 de julho de 2023 | 17:29
 
 
 
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O cientista britânico Jim Skea foi eleito o novo presidente do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima da ONU). Por 90 votos a 69, ele derrotou em segundo turno a matemática brasileira Thelma Krug - que, se eleita, seria a primeira mulher e a primeira representante da América Latina a ocupar o cargo mais alto da instituição.

Skea é professor de energia sustentável no Imperial College London e co-presidiu o relatório sobre soluções climáticas na última rodada de publicações do IPCC.

Agora, ele chefiará o próximo ciclo de pesquisas do órgão, que é a mais importante referência em ciência climática do mundo. O mandato deve durar de cinco a sete anos, durante a década que é considerada crucial para frear a crise do clima.

Krug atua no IPCC desde 2002 e sua candidatura foi lançada pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro em abril. Ela trabalhou por 37 anos no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), até se aposentar em 2019.

Em um comunicado, Skea disse que se sente "profundamente honrado" com a escolha e agradeceu à Krug e aos outros dois candidatos (a sul-africana Debra Roberts e o belga Jean-Pascal van Ypersele) por suas campanhas "positivas e acadêmicas".

As eleições aconteceram nesta quarta-feira (26), na plenária da 59a sessão do IPCC, em Nairóbi, no Quênia. Na reunião também são eleitos novos vice-presidentes e coordenadores de grupos de trabalho.

Skea substituirá o economista sul-coreano Hoesung Lee na presidência do órgão. Na abertura da sessão, ele expressou confiança de que a nova chefia "elevará ainda mais o nível" do trabalho do IPCC.

A diretora-executiva do Programa Ambiental das Nações Unidas, Inger Andersen, destacou que o mundo sobre o qual o IPCC alertou repetidamente é, agora, a nossa realidade: com recordes de calor constantes, secas, oceanos ameaçados e tempestades destruidoras de infraestrutura, enquanto a esperança de manter o aquecimento global abaixo de 1,5° C desaparece rapidamente. (FOLHAPRESS)

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