Tratamento

Cientistas conseguem restaurar a visão de camundongos, indica novo estudo

Esperamos tratar o glaucoma em pacientes humanos (em fase de testes) em dois anos, disse um dos estudiosos

Por AFP
Publicado em 02 de dezembro de 2020 | 17:23
 
 
 
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Cientistas disseram nesta quarta-feira (2) que restauraram a visão de camundongos usando um tratamento que rejuvenesce as células, que pode um dia levar ao tratamento do glaucoma e de outras doenças relacionadas à idade. 

"Estou animado com a possibilidade de rejuvenescer órgãos e tecidos que falham devido à idade ou por doença, especialmente quando não há tratamentos eficazes, como no caso da demência", disse um dos autores do estudo, David Sinclair, à AFP. 

"Esperamos tratar o glaucoma em pacientes humanos (em fase de testes) em dois anos", acrescentou Sinclair, professor de genética da Harvard Medical School. 

O tratamento é baseado nas propriedades das células quando o corpo está se desenvolvendo como embrião. Nesse momento, as células podem se reparar e se regenerar, mas essa capacidade diminui com a idade. 

Para recuperar essa capacidade, se modifica um processo usado regularmente para criar células conhecidas como células-tronco pluripotentes induzidas. 

Essas células são criadas pela injeção de um coquetel de proteínas que ajuda a reprogramá-las. 

Eles reprogramaram o coquetel, chamado OSK, usando apenas três das proteínas "restauradoras da juventude", na esperança de que retornassem apenas até o ponto necessário.

Para testar os efeitos do coquetel, eles primeiro injetaram o OSK nos olhos de camundongos com lesões no nervo óptico e observaram uma duplicação no número de células ganglionares da retina sobreviventes e um aumento em cinco vezes na restauração do nervo. 

Com indícios de que o OSK pode reverter danos causados por ferimentos, a equipe agora está trabalhando com camundongos na possibilidade de reverter danos causados por doenças, especificamente o glaucoma, que é a principal causa de cegueira em humanos. 

Os camundongos que receberam o tratamento com o OSK mostraram melhora "significativa", de acordo com o trabalho publicado na revista Nature.

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