Um robô "advogado" (chatbot) foi treinado por inteligência artificial e utilizado pela primeira vez em um tribunal dos Estados Unidos, no dia 22 de fevereiro. Mas o experimento parece não ter dado certo e agora a empresa DoNotPay, que desenvolveu a máquina, está sendo processada sob alegações de enganar clientes e exercer a profissão sem licença.

No processo encaminhado a um tribunal de São Francisco (EUA), neste mês de março, consta que a descrição da inteligência artificial "não é realmente um robô, um advogado ou um escritório de advocacia". 

A ação é movida pelo escritório de advocacia chamado Edelson em nome de Jonathan Faridian, morador da Califórnia (EUA), que afirma que usou os serviços da DoNotPay  para contestar duas multas de estacionamento e pagou mais dinheiro, pois a empresa não respondeu uma intimação.

Pelas redes sociais, o presidente-executivo da DoNotPay, Joshua Browder, declara que o processo "não tem mérito" e que o “robô advogado” tem "dezenas de casos bem-sucedidos relacionados a direito do consumidor obtidos com a DoNotPay".

Como funciona o robô advogado?

A Dontay foi fundada em 2015 e tinha como foco os processos contra multas de estacionamento. Depois, a empresa cresceu para incluir alguns serviços jurídicos, segundo o processo.

O "robô advogado" usa inteligência artificial para automatizar pedidos de reembolso e contestações de cobranças injustas. A ideia é que consumidores façam isso sem precisar contratar profissionais especializados.

Ele escuta argumentos apresentados durante a sessão e indica a resposta mais adequada por meio de fones de ouvido.

A DoNotPay gerou polêmica no início deste ano quando Browder disse no Twitter que a empresa tinha planos de usar um chatbot de inteligência artificial para aconselhar um réu em um tribunal de trânsito dos EUA.

Browder também disse que sua empresa pagaria US$ 1 milhão a qualquer pessoa disposta a usar fones de ouvido enquanto utiliza o serviço de advogado robô da companhia para se defender perante a Suprema Corte dos EUA.