PRIVACIDADE

Encontro e sexo: entregadores usam dados de clientes para pedidos ilegais

Segundo relato da Information Commissioner's Office (ICO), na Inglaterra, profissionais obtêm telefones das pessoas para realizar o trabalho de entrega e, posteriormente, entram em contato

Por O Tempo
Publicado em 28 de agosto de 2023 | 17:52
 
 
 
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Uma investigação encomendada pelo órgão regulador de proteção de dados do Reino Unido revelou que jovens estão sendo vítimas de abordagens inapropriadas por parte de entregadores, os quais, após obterem seus números de contato por motivos profissionais, passam a solicitar encontros românticos e favores sexuais.

Os resultados dessa pesquisa foram divulgados pelo Information Commissioner's Office (ICO), órgão responsável pela proteção de informações no país. De acordo com o relatório, quase 30% das pessoas com idades entre 18 e 34 anos afirmaram ter recebido comunicações inadequadas e indesejadas após compartilharem seus dados com serviços de entrega de alimentos e correspondências.

O ICO declarou que tais mensagens são ilegais e afirmou que tomará medidas para contatar as empresas envolvidas, a fim de reforçar suas responsabilidades e revisar suas práticas de segurança.

Emily Keaney, vice-comissária de política regulatória, advertiu que as empresas não podem ignorar esse problema. "As pessoas têm o direito de solicitar uma pizza, enviar um e-mail para receber um recibo ou receber suas compras, sem serem alvo de avanços sexuais ou convites para encontros posteriormente", declarou. Ela acrescentou: "Elas têm o direito de saber que, ao compartilharem suas informações pessoais, essas não serão usadas de maneiras que as deixem desconfortáveis."

De acordo com os resultados da pesquisa, 17% dos entrevistados tiveram suas informações pessoais fornecidas para fins comerciais utilizados em propostas de natureza romântica ou sexual. Essa tendência é mais notável entre as faixas etárias de 18 a 24 anos, com 30%, entre 25 e 34 anos, com 29%, e entre 35 e 44 anos, com 25%. A região de Londres é onde esse comportamento é mais comum, com 33% dos residentes relatando terem passado por tal situação.

O ICO está instando qualquer pessoa que tenha sido alvo desse tipo de comportamento a entrar em contato com o órgão, uma vez que muitos podem não estar cientes da ilegalidade da situação.

Dos mais de 2.200 entrevistados, cerca de dois terços consideram moralmente errado usar informações fornecidas para fins profissionais para fazer abordagens românticas ou sexuais. No entanto, apenas 56% estavam conscientes de que essa conduta é ilegal, sendo que 24% a consideraram uma questão de discernimento pessoal, não uma violação legal.

O ICO está atualmente aceitando evidências por meio de um formulário online, com o prazo estabelecido até 15 de setembro. (Com informações de News Sky)

 

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