Cidade do Vaticano. O exorcista-chefe da Igreja Católica disse ao jornal italiano "La Repubblica" que "o diabo reside no Vaticano" e que bispos estariam "ligados" a ele. Em entrevista ao diário, o padre Gabriele Amorth, 85, que comanda o departamento de exorcismo em Roma há 25 anos, disse que o ataque ao papa Bento XVI na noite de Natal e os escândalos de pedofilia e abuso sexual envolvendo sacerdotes seriam provas da influência maléfica do demônio na Santa Sé e que "é possível ver as consequências disso". As informações são da BBC Brasil.
O sacerdote disse ainda que há, na Igreja, "cardeais que não acreditam em Jesus e bispos ligados ao demônio". Segundo o exorcista-chefe do Vaticano, o papa Bento XVI apoia o seu trabalho. "Sua Santidade acredita de todo coração na prática do exorcismo. Ele tem encorajado e louvado o nosso trabalho", diz.
Amorth publicou um livro no mês passado, chamado "Memórias de um Exorcista", em que narra suas batalhas contra o mal. A série de entrevistas que compõe o livro foi realizada pelo jornalista Marco Tosatti.
Tosatti disse que o diabo atua de duas formas. Na primeira, a mais ordinária, "ele te aconselha a se comportar mal, a fazer coisas ruins e até a cometer crimes". Na segunda, "que ocorre muito raramente", ele pode possuir uma pessoa. Tosatti disse que, de acordo com Amorth, Adolf Hitler e os nazistas foram possuídos pelo capeta. O exorcista católico conta também que, durante as sessões de exorcismo, os possuídos precisavam ser controlados por seis ou sete de seus assistentes. Segundo o padre, os possuídos também eram capazes de cuspir cacos de vidro, "pedaços de metal do tamanho de um dedo, mas também pétalas de rosas".
Pedofilia. A antiga diocese do papa Bento XVI admitiu ontem que cometeu um erro quando o pontífice era arcebispo ao permitir que um padre suspeito de ter abusado sexualmente de uma criança retornasse ao trabalho pastoral. Porém, a diocese assegurou que Bento XVI não esteve envolvido na decisão.