Familiares de outros quatro mineiros que estavam no voo AF 447, que desapareceu na madrugada da última segunda-feira (1º), no Oceano Atlântico, vivem momentos de apreensão. Apesar de tentarem manter a esperança, alguns já não acreditam que seus entes queridos sejam encontrados com vida.
José Gregório Marques e Maria Tereza Marques
O juiz federal aposentado José Gregório Marques, 71, natural de Itambacuri, no Vale do Rio Doce, viajava com a mulher Maria Tereza Marques, 69, de Belo Horizonte, e comemoraria o aniversário, dia 1º de junho, na capital francesa. "Eles adoravam viajar. Paris era para eles uma paixão", contou uma das irmãs de Marques, Maria da Conceição Marques Porto, que vive em Itambacuri.
José Gregório mora no Rio de Janeiro com a mulher e é juiz aposentado. Os dois filhos do casal, Marco Túlio Moreno Marques, 43, e Marcos Vinícius Moreno Marques, 40, trabalham em um escritório de advocacia, também na capital fluminense, que leva o nome do pai. José Gregório e Maria Tereza tem ainda outra filha, a ortodontista Cláudia Moreno Marques, 38. Marco Túlio declarou à imprensa que sua vida virou "de cabeça para baixo" depois da tragédia.
Ferdinand Porcaro
Outro casal que estava a bordo do voo 447 é o tenente coronel reformado da Polícia Militar (PM) e oftalmologista Ferdinand Porcaro, 79, de Manhumirim, na Zona da Mata, e a mulher Sônia Porcaro, 67, natural do Rio de Janeiro. Segundo uma das filhas do casal, Márcia Porcaro, 49, os pais pouco viajam para o exterior, mas estavam felizes porque se encontrariam com outra filha, Mônica Porcaro, 47, que mora na Noruega, e com uma das netas, de 28 anos, que está em Londres. "Foi uma perda dupla. Não há mais esperanças", declarou Márcia à reportagem.
No último mês, Ferdinand e Sônia completaram 50 anos de casados e comemoraram a data em Muriaé, também na Zona da Mata, local onde o oftalmologista viveu entre 1957 e 1953. No interior de Minas, irmã, cunhado e cunhada esperam apreensivos por alguma notícia. "Eles estavam muito felizes. Eram pessoas alegres, de bem com a vida. Quando foram embora de Muriaé combinamos que eu iria visitá-los brevemente no Rio. Temo muito porque acho que isso não vai chegar a acontecer", declarou Nildo Coutinho, cunhado de Ferdinand, a O TEMPO.
Marco Antônio Mendonça
A família do engenheiro da Vale Marco Antônio Mendonça, também a bordo do voo 447, continua em Conselheiro Lafaiete esperando por notícias. Dois irmãos de Marco, Carla Mendonça, 30, e Carlos Mendonça, 39, moram em Belo Horizonte e viajaram ao o interior de Minas logo que souberam do desaparecimento do avião. Ambos estão em companhia dos pais, Antônio Mendonça, 75, Vera Mendonça, 68, e da irmã, Vera, 43, que vive em Conselheiro Lafaiete. "Não pensamos em ir para o Rio. Não creio que fará diferença ir até lá. Preferimos ficar aqui juntos", declarou Carla.
A mulher de Marco Antônio, Renata Mendonça, esteve em Conselheiro Lafaiete hoje para ver os sogros, mas já retornou ao Rio. Segundo Carla, a Air France entrou em contato com a cunhada, mas ela não soube informar o conteúdo da conversa. Marco Antônio tem dois filhos. João Matheus, 13, e Thiago, de apenas 10 meses.