Kiev, Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, criticou neste sábado (3) o preço máximo de US$ 60 para o barril de petróleo russo, estabelecido após um acordo entre União Europeia (UE), G7 e Austrália.
"Não é uma decisão séria fixar este limite para o preço russo (do petróleo bruto), dado que é confortável para o orçamento do Estado terrorista", afirmou, segundo sua assessoria, defendendo que se deveria estabelecer um teto duas vezes mais baixo.
O líder ucraniano chegou a sugerir um preço máximo de US$ 30 pelo barril do óleo russo.
União Europeia
Os 27 países da União Europeia (UE), o G7 e a Austrália chegaram a um acordo na sexta-feira para impor um preço máximo de US$ 60 ao barril de petróleo procedente da Rússia, segundo maior exportador mundial do combustível.
A medida entrará em vigor na segunda-feira (5), em conjunto com um embargo da UE ao petróleo russo, em uma nova intensificação das sanções aplicadas desde que o presidente Vladimir Putin ordenou a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro.
O Conselho Europeu confirmou o acordo, que ainda conta com um período de transição de 45 dias para navios que transportam o óleo bruto russo, comprado e carregado no navio antes de 5 de dezembro de 2022 e descarregado no porto de destino final antes de 19 de janeiro de 2023.
O preço máximo poder ser revisto periodicamente, com também um período de transição de 90 dias após cada alteração. Segundo o comunicado, publicado neste sábado, 3, no site do Conselho, o mecanismo será revisto a cada dois meses "para responder à evolução do mercado e será fixado pelo menos 5% abaixo do preço médio de mercado do petróleo e derivados russos"
O Conselho também introduz uma "cláusula de emergência", que permite o transporte de petróleo para além do preço máximo ou prestação de assistência técnica, serviços de corretagem ou financiamento ou assistência financeira relacionados com o transporte, quando julgados necessários
Reação da Rússia
O G7 (Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Japão) afirmou que pretende "evitar que a Rússia lucre com sua guerra agressiva contra a Ucrânia e apoiar a estabilidade nos mercados mundiais de energia". A Rússia, porém, rejeitou de maneira veemente as limitações. "Não aceitaremos esse teto", declarou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, antes de acrescentar que Moscou está "analisando" a medida. (AFP)