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Hamas avalia resposta a proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza

Desde o início da guerra, os combates foram interrompidos por apenas uma semana, durante uma trégua no fim de novembro

Por Agências
Publicado em 30 de abril de 2024 | 11:31
 
 
 
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O movimento islamista palestino Hamas prepara sua resposta a uma proposta para uma trégua de 40 dias na Faixa de Gaza condicionada à libertação de reféns israelenses. O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, que deve viajar nesta terça-feira (30/4) a Israel, depois de uma escala na Jordânia, disse na segunda-feira que esperava uma resposta favorável do grupo islamita ao que chamou de proposta "extraordinariamente generosa de Israel".

O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, explicou que a proposta contempla "um cessar-fogo de 40 dias e a libertação de milhares de detentos palestinos" em troca da libertação dos reféns sequestrados em 7 de outubro, no ataque sem precedentes do Hamas que provocou a guerra.

Após uma reunião na segunda-feira no Cairo com representantes do Egito e do Catar, países mediadores no conflito ao lado dos Estados Unidos, uma delegação do Hamas retornou a Doha para examinar a nova oferta de trégua, afirmou à AFP uma fonte do movimento. A resposta chegará "o mais rápido possível", acrescentou a fonte do grupo, considerado terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.

As condições do Hamas 

Desde o início da guerra, os combates foram interrompidos por apenas uma semana, durante uma trégua no fim de novembro. A trégua permitiu a libertação de 80 reféns israelenses ou com dupla cidadania, além de mais de 20 estrangeiros, em uma troca por 240 palestinos que estavam detidos em penitenciárias de Israel.

As autoridades israelenses calculam que 129 pessoas continuam em cativeiro em Gaza, das quais 34 teriam sido mortas. No ataque sem precedentes contra o sul de Israel, os milicianos do Hamas sequestraram mais de 200 pessoas e mataram 1.170, a maioria civis, segundo um balanço da reportagem baseado em dados oficiais israelenses.

Em represália, Israel iniciou uma ofensiva contra o território para aniquilar o Hamas, que deixou 34.535 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território, governado desde 2007 pelo movimento islamista.

O Hamas exige um cessar-fogo permanente, antes de qualquer acordo sobre a libertação dos reféns, que Israel sempre rejeitou.As exigências do movimento islamista incluem a "retirada" de Israel do território, o retorno dos deslocados e um calendário claro para o início da reconstrução, disse na segunda-feira um dos negociadores do grupo, Zaher Jabareen, à reportagem.

Operação contra Rafah 

O secretário de Estado americano reiterou a oposição de Washington aos planos israelenses de iniciar uma ofensiva contra Rafah, uma cidade no extremo sul de Gaza onde 1,5 milhão de pessoas estão aglomeradas, a maioria deslocados pela guerra.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, insistiu, no entanto, que o Exército iniciará uma ofensiva terrestre em Rafah, "com ou sem" acordo de trégua.

"A ideia de que vamos parar a guerra antes de alcançar todos os objetivos está fora de questão. Entraremos em Rafah e eliminaremos os batalhões do Hamas com ou sem acordo (de trégua), para alcançar a vitória total", disse Netanyahu aos representantes das famílias dos reféns, segundo um comunicado divulgado por seu gabinete.

O ministro das Relações Exteriores do país, Israel Katz, deu a entende no fim de semana que a ofensiva contra Rafah seria "suspensa" se uma trégua fosse assinada. O Exército israelense bombardeou Rafah, Khan Yunis, também no sul, e a Cidade de Gaza, no norte, nesta terça-feira, segundo os correspondentes da AFP.

Na Cidade de Gaza, a Proteção Civil anunciou que recuperou seis corpos após um bombardeios no bairro de Al Amal. Segundo o Ministério da Saúde do território, ao menos 47 pessoas morreram nas últimas 24 horas no território.

Blinken, que está na sétima viagem ao Oriente Médio desde o início da guerra, abordará em sua visita à Jordânia o aumento da ajuda humanitária na Faixa, cercada por Israel e à beira de um cenário de fome.

O governo dos Estados Unidos pressiona Israel para facilitar a entrada de ajuda, que chega em números reduzidos e é insuficiente, e iniciou a construção de uma doca flutuante ao longo da costa de Gaza. Em Rafah, as famílias deslocadas enfrentam o calor sufocante sem água corrente e com uma leve proteção sob as barracas.

"A água que bebemos está quente", disse Ranin Auni al Ariane, uma mãe com um bebê nos braços. "As crianças não suportam mais o calor nem as picadas de moscas e mosquitos". (AFP)

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