Israel aceitou estabelecer "pausas" diárias no norte da Faixa de Gaza a partir desta quinta-feira (9), anunciou a Casa Branca, depois de o presidente americano, Joe Biden, ter afirmado que não havia "nenhuma possibilidade" de cessar-fogo.

Israel "começará a fazer pausas de quatro horas todos os dias em áreas do norte da Faixa de Gaza, que serão anunciadas com três horas de antecedência", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jonh Kirby, na Casa Branca. 

"Os israelenses nos disseram que não haveria operações militares nessas áreas enquanto durarem as pausas (e) que essa operação começaria hoje", acrescentou.

Consultado por jornalistas sobre o significado desse anúncio, um porta-voz do Exército israelense, Richard Hecht, respondeu: "Não é uma mudança". "São pausas táticas locais para a ajuda humanitária, limitadas no tempo e no espaço", acrescentou, sem dar mais detalhes. 

Desde domingo, vem sendo organizado em Gaza, durante várias horas do dia, um "corredor de evacuação" seguro, nas palavras do Exército israelense, para permitir a saída de civis do norte para o sul do território. 

Segundo o Exército de Israel, nesta quinta-feira, mais de 50.000 pessoas seguiram essa rota - um número quase idêntico ao da véspera - para abandonar o norte da Faixa de Gaza, onde se concentram atualmente os confrontos militares com o movimento islamista palestino Hamas. 

No entanto, durante esse intervalo, o ministério da Saúde do Hamas em Gaza informou sobre mortos e feridos nos ataques israelenses nessas regiões. 

Referindo-se também às pausas mencionadas pela Casa Branca, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, comentou na tarde desta quinta: "Não cessaremos fogo enquanto haja reféns em Gaza".    

Biden estava pressionando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a fazer pausas humanitárias em seus ataques para permitir a fuga da população civil palestina. 

O presidente democrata garantiu ter pedido a Netanyahu "uma pausa de mais de três dias". 

Os combates terrestres entre o Exército israelense e o Hamas, acompanhados de bombardeios, estão causando destruição no norte de Gaza, inclusive no coração da Cidade de Gaza. 

Biden considerou, porém, que "não há possibilidade" de um cessar-fogo em Gaza, em declarações à imprensa antes de sua partida para Illinois (norte).

Gaza está sitiada desde o ataque sem precedentes lançado pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro, o qual deixou mais de 1.400 mortos, a maioria civis, segundo autoridades israelenses. 

Os ataques de Israel deixaram mais de 10.000 mortos, principalmente civis, muitos deles crianças, de acordo com a organização palestina.

(AFP)