Manifestantes entraram em confronto com a polícia em Beirute, capital do Líbano, e tentam invadir o Parlamento do país na manhã deste sábado, 8. Os protestos foram convocados como uma resposta à classe política do país, vista como responsável pela explosão da última terça-feira, 4, que matou mais de 150 pessoas.

Durante toda a manhã - tarde, no Líbano - policiais e manifestantes disputaram territórios, principalmente nos arredores da Praça dos Mártires, no coração de Beirute. Estimativas apontam que mais de 5 mil pessoas participam dos protestos. Forças de segurança formaram barreiras humanas tentando impedir o avanço dos populares, usando escudos e atirando bombas de gás lacrimogêneo. Enquanto isso, os manifestantes tentam furar o bloqueio, atacando os policiais com paus e pedras.

Os populares entoavam cânticos em protesto, como "o povo quer a queda do regime", e carregavam posteres com dizeres como "Saiam, vocês são todos assassinos". "Nós queremos um futuro com dignidade, nós não queremos que o sangue das vítimas da explosão sejam em vão", disse uma manifestante.

Antes mesmo da explosão na zona portuária, o país do Oriente Médio já vivia um cenário de instabilidade, com protestos contra o governo. Grupos políticos, incluindo o Hezbollah, buscam assumir o protagonismo do país, que teve um presidente deposto no fim do ano passado e enfrenta uma grave crise econômica.

A tragédia envolvendo a explosão de uma grande quantidade de nitrato de amônio - armazenado, aparentemente, sem os devidos cuidados, e com o conhecimento das autoridades - foi o estopim para as manifestações crescerem em tamanho e agressividade.