Um deputado venezuelano denunciou o bloqueio de uma ponte na fronteira com a Colômbia na noite desta terça-feira (5), em um momento em que a ajuda humanitária é esperada devido à grave escassez de alimentos e medicamentos na Venezuela.

Segundo o deputado Franklyn Duarte, "efetivos das Forças Armadas" utilizaram a cisterna de um tanque de transporte de combustível e um gigantesco contêiner de carga para fechar a passagem na ponte Tienditas, que liga as cidades de Cúcuta (Colômbia) e Ureña (Venezuela). 

O bloqueio acontece em um momento de profunda tensão entre Juan Guaidó, presidente interino da Venezuela reconhecido por cerca de 40 países, e Nicolas Maduro. 

A oposição foi empossada depois que Nicolas Maduro foi declarado como um "usurpador" da presidência. 

Maduro nega a possibilidade de aceitar ajuda internacional, considerando-a uma "desculpa" para iniciar uma intervenção militar encabeçada pelos Estados Unidos. 

Segundo Duarte, a passagem na ponte foi bloqueada depois que um incidente confuso ocorreu em Ureña quando os soldados chegaram em veículos blindados para vigiar a fronteira. 

Três pessoas ficaram feridas, diz o legislador, depois que um tanque atingiu alguns motociclistas. "Eles podem colocar uma parede e não impedirão a entrada da ajuda", afirmou.

A ponte ainda não foi inaugurada. Ela seria lançada em 2016, mas o fechamento temporário da fronteira comum de 2.200 quilômetros - ordenada pelo governo de Maduro no final de 2015 e suspensa meses depois - atrasou sua abertura. 

No entanto, segundo a imprensa, seria uma das rotas para a entrada de remessas de alimentos e remédios do exterior, embora Duarte assegure que isso ainda "não havia sido definido". 

A oposição venezuelana pede às Forças Armadas que autorizem a passagem da ajuda humanitária, que segundo Guaidó está reunida na Colômbia, no Brasil e em uma ilha caribenha cujo nome não foi revelado. Os Estados Unidos já anunciaram uma primeira remessa.