Intolerância Religiosa

Monges nacionalistas birmaneses protestam contra visita da ONU

A funcionária da ONU, Yanghee Lee, tem viajado pelo país há vários dias, e chegou a visitar o estado de Rakhine, onde vive a minoria muçulmana Rohingya, considerada uma das mais oprimidas do planeta pelas Nações Unidas

Por AFP
Publicado em 16 de janeiro de 2015 | 16:34
 
 
 
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Centenas de monges budistas protestaram nesta sexta-feira em Mianmar contra a visita de uma alta funcionária da ONU, preocupada, assim como Washington, com a crescente intolerância religiosa no país a poucos meses das eleições gerais.

"Eu vim para protestar contra as Nações Unidas, porque eles vêm interferir nos assuntos internos de nosso país", acusou o monge nacionalista Wirathu, famoso por seu violento discurso islamofóbico.

Washington também expressou nesta sexta-feira sua preocupação quanto a instrumentalização da intolerância religiosa no país.

A funcionária da ONU, Yanghee Lee, tem viajado pelo país há vários dias, e chegou a visitar o estado de Rakhine, onde vive a minoria muçulmana Rohingya, considerada uma das mais oprimidas do planeta pelas Nações Unidas.

Nessa região, as tensões interreligiosas são intensas e violentas, especialmente contra os muçulmanos, e desde 2015 uma série de tumultos deixaram pelo menos 250 mortos e milhares de deslocados.

Desde a dissolução da junta militar em 2011, o governo semi-civil empreendeu uma série de reformas para abrir o país ao exterior depois de meio século de ditadura, enquanto prepara leis controversas, como a que pretende limitar os casamentos interreligiosos.

A tensão tem aumentado com a aproximação das eleições parlamentares no final de 2015, nas quais o partido da Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi é favorito.

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