Foi enterrada na tarde desta quarta-feira (20), no Cemitério Israelita de Belo Horizonte, Chana Flam, de 93 anos, polonesa radicada na capital que sobreviveu ao Holocausto. O Museu do Holocausto de Curitiba publicou uma nota de pesar lamentando o falecimento da sobrevivente.

Chana nasceu na Polônia e, aos 14 anos, foi separada da família e enviada para Auschwitz. Atravessou dias no caminho para o campo de concentração e padeceu em inúmeras ocasiões por extrema desnutrição. Quando a liberação para os judeus aprisionados veio, ela pesava apenas 30 quilos.

Ao longo de sua condenação, a polonesa perdeu todos os seus familiares, a mãe morreu na câmara de gás abraçada a um dos filhos e, entre todos os irmãos, apenas ela sobreviveu. Sozinha, ela seguiu para a Suécia, onde se casou e, de lá, veio para o Brasil e escolheu Belo Horizonte como seu lar.

Em reportagem especial do jornal Folha de S. Paulo, publicada em janeiro de 2015, a sobrevivente contou que, em 1993, a equipe do cineasta Steven Spielberg colheu seu depoimento para o filme ‘A Lista de Schindler’, ela ficou tão abalada ao relembrar o trauma que resolveu não mais falar sobre. Chana contou que não estava bem, comia pouco e não dormia, uma grave depressão a fez saltar dos 70 para os 46 quilos.

Sobreviventes

A União Brasileiro-Israelita do Bem-Estar Social contabiliza que há, pelo menos, 227 sobreviventes do Holocausto vivendo em solo brasileiro nos dias atuais. Há ainda aqueles que não estão cadastrados para receber auxílio da organização.