Ao mesmo tempo em que movimentos feministas levavam às ruas de Buenos Aires, na Argentina, ontem, o seu pedido sobre a legalização do aborto, os argentinos também gritavam por justiça num caso de violência que chocou o país.
Fernando Báez Sosa, 18 anos, foi espancado até a morte por um grupo de jogadores de rúgbi em Villa Gesell, um balneário na costa argentina. O caso ocorreu na saída de uma casa noturna, há um mês. Após dois grupos brigarem dentro da boate, eles foram obrigados a deixar o local. Já na rua, quando Fernando estava sozinho, um grupo de dez atletas correu para cima dele.
Dezenas de vídeos mostraram, nas últimas semanas, como Fernando Báez recebia socos quando já estava desmaiado, o que aumentou a indignação na Argentina.
Ontem, o juiz David Mancinelli determinou a prisão preventiva de oito dos dez envolvidos por homicídio duplamente qualificado, após a divulgação de mensagens de áudio dos envolvidos. “Amigo, eu estou aqui perto de onde o garoto está e todos estão gritando, a polícia está chamando uma ambulância. Ele expirou”, disse um dos acusados, Lucas Pertossi. Em uma segunda mensagem de voz que também foi divulgada nas últimas horas, Pertossi alerta: “Não contem isso a ninguém, a ninguém”, disse.
Rastros de um crime brutal
- Minutos após o crime, os acusados, com idades entre 18 e 23 anos, postaram selfie (acima) tranquilos e sorrindo;
- Eles se abraçaram e se parabenizaram pelo espancamento e depois se reuniram para comer um hambúrguer a poucos metros de onde mataram o rapaz;
- Dias depois, chegaram à imprensa as mensagens trocadas pelos assassinos no WhatsApp, sem remorso, ensaiando álibis, alheios aos rastros que haviam deixado.