A organização não governamental Médicos Sem fronteiras (MSF) afirmou, por meio das redes sociais, que está preocupada com as vidas dos médicos e dos palestinos civis que estão no hospital Al Shifa, o maior da Faixa de Gaza. Nesta quarta-feira (15), o Exército israelense entrou no complexo, alegando que o Hamas teria um posto de comando debaixo do hospital, onde estariam 2.300 pessoas.
“À medida que as forças israelenses entram no hospital Al Shifa, apelamos mais uma vez à proteção da equipe médica, dos pacientes e dos civis que estão abrigados no interior do hospital. Estamos extremamente preocupados com suas vidas”, escreveu o MSF no X (ex-Twitter).
À medida que as forças israelenses entram no hospital Al Shifa, apelamos mais uma vez à proteção da equipe médica, dos pacientes e dos civis que estão abrigados no interior do hospital. Estamos extremamente preocupados com suas vidas.
— MédicosSemFronteiras (@MSF_brasil) November 15, 2023
De acordo com o MSF, uma equipe de 15 profissionais entrou na Faixa de Gaza pelo posto de Rafah, na fronteira com o Egito, para tentar melhorar a capacidade médica e cirúrgica na Faixa de Gaza, onde a infraestrutura de saúde entrou em colapso e os médicos estão totalmente exaustos.
“Inicialmente, esses profissionais ficarão instalados na parte sul da Faixa. A menos que seja implementado um cessar-fogo, obter acesso contínuo e desimpedido às pessoas em Gaza continuará sendo um grande desafio para a nossa equipe”, disse a organização.
Operação em Al-Shifa
O Exército israelense entrou nesta quarta-feira (15) no hospital Al Shifa, o maior da Faixa de Gaza, com o objetivo de tomar o centro de comando do Hamas, o qual afirma ter sido instalado sob os edifícios do complexo médico, lugar de abrigo de milhares de palestinos.
O imenso centro hospitalar da cidade de Gaza está há alguns dias no epicentro dos combates entre os integrantes do movimento islamista e as tropas de Israel, que prometeu "aniquilar" o Hamas em resposta ao ataque de 7 de outubro.
Dezenas de soldados israelenses entraram no hospital Al Shifa e pediram a "todos os homens com mais de 16 anos" que saíssem com "mãos para cima (...) e seguissem em direção ao pátio interno para rendição", segundo um jornalista colaborador da AFP.
Os soldados interrogaram várias pessoas no hospital, revistaram mulheres e crianças chorando e seguiram de quarto em quarto, com tiros para o alto, em busca de combatentes do Hamas. Os tanques israelenses, que cercavam o complexo há vários dias, entraram na área do hospital e foram estacionados diante de várias unidades, incluindo o pronto-socorro.
O Exército afirmou que enviou ao Al Shifa equipes médicas que falam árabe para que "os civis utilizados pelo Hamas como escudos humanos não sofram nenhum dano".
O vice-ministro da Saúde do Hamas, Yusef Abu Rish, pediu uma intervenção "imediata" da ONU e da comunidade internacional para acabar com a operação. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirmou, em um comunicado, que "está extremamente preocupado" e lembrou que "os civis devem ser protegidos a todo momento".
(Com AFP)