Itaipu

Oposição pede impeachment de presidente paraguaio

Protocolo foi apresentado ontem, dia em que imprensa denunciou que Abdo sabia de acordo bilateral polêmico sobre venda de energia

Por Folhapress
Publicado em 06 de agosto de 2019 | 21:21
 
 
 
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Um grupo de 30 deputados opositores ao governo paraguaio apresentou ontem o pedido de impeachment contra o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, o vice-presidente Hugo Velázquez e o ministro da Fazenda, Benigno López, em razão do acordo fechado com o governo brasileiro em maio deste ano sobre a venda de energia da Usina de Itaipu.

Ainda na semana passada, a abertura do pedido de impeachment ainda não era uma certeza, devido à retirada total de apoio do Partido Colorado (ANR), que é alinhado ao presidente da república. A justificativa seria o cancelamento do acordo com o Brasil, no dia 1º, anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Mesmo assim, o grupo liderado pelo Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), opositor ao governo, alinhou-se a partidos menores para apresentar o pedido. 

A retirada total de apoio do Colorado, em tese, indica que não haverá votos suficientes para aprovação em plenário do impeachment, já que são necessários mais de 50 votos. 

A apresentação do pedido, agendada para ontem, coincidiu com o mesmo dia em que o jornal paraguaio “ABC Color” divulgou troca de mensagens entre Abdo e o então presidente da estatal energética responsável por Itaipu (Ande), Pedro Ferreira, que mostram que o líder paraguaio tinha conhecimento dos detalhes do acordo com a Eletrobras e ainda teria sido pressionado pelo Brasil para aceitar os termos do acordo.

Reunião de emergência

Ambos os episódios levaram os congressistas do Partido Colorado a se reunirem ontem na casa do ex-presidente do Paraguai, Horacio Cartes para discutir se a sigla manterá o apoio a Abdo. Cartes lidera uma das bancadas do partido, normalmente alinhada ao governo. 

O acordo bilateral assinado em 24 de maio para a contratação de energia da Usina de Itaipu entre Brasil e Paraguai provocou uma crise política no governo desde que veio a público, no fim de julho.

A imprensa paraguaia revelou que uma cláusula que favorecia Assunção no pacto foi deixada de lado, e o aumento do preço repassado ao consumidor paraguaio não foi divulgado ao grande público. 

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