O sonho da mineira Juliana Aparecida Gomes, 28, de Ipatinga, no Vale do Aço, de proporcionar uma vida melhor para a família pode ter sido tragicamente interrompido durante a tentativa de entrar ilegalmente nos Estados Unidos pela fronteira com o México. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, na última quarta-feira, a polícia de fronteira do Texas comunicou oficialmente ao órgão que uma ossada humana havia sido encontrada próximo à cidade de Laredo, nos Estados Unidos. Ao lado dos restos mortais, informou o ministério, estava o passaporte de Juliana.
Parentes da mineira disseram que estão angustiados por causa da falta de notícias. "No último dia 2 de novembro, um amigo nosso que mora em Houston nos informou que haviam achado uma ossada. Segundo ele, há 99% de chances de ser da Juliana. Desde então, estamos aflitos por notícias", contou uma das irmãs de Juliana, a diarista Sandra Helena de Jesus, 40.
De acordo com a diarista, Juliana é cabeleireira e tinha um salão de beleza em Ipatinga. Desde 2004, ela alimentava o sonho de trabalhar nos Estados Unidos. "A viagem da Juliana foi um susto para todos nós. Sabíamos do desejo dela de tentar ganhar a vida na América, mas fomos comunicados da decisão apenas uma semana antes de ela embarcar", contou Sandra.
Segundo familiares, Juliana viajou no final de julho. O último contato com a família ocorreu no dia 13 de agosto. "Ela nos ligou da Guatemala dizendo que estava prestes a embarcar para o México, onde atravessaria a fronteira. Depois disso, nunca mais tivemos notícia", lamentou.
A vendedora Adriana Helena Gomes, outra irmã de Juliana, contou que, diante da falta de notícias, no fim de agosto, pediu ajuda ao amigo que mora nos Estados Unidos. "Na época, esse amigo nos disse que todos os brasileiros que tentaram cruzar a fronteira, na mesma em época da Juliana, foram presos. Porém, o nome dela não constava na lista de detidos", comentou.
Testemunhas disseram ao consulado brasileiro que, com medo da polícia de fronteira, duas mulheres escaparam entrando em uma mata fechada. "Dizem que essa mata é perigosa e com muitos animais selvagens, inclusive cobras venenosas", contou Sandra.
Uma força-tarefa montada pela polícia norte-americana, com a ajuda do consulado brasileiro em Houston, localizou, no final de outubro, a ossada e os documentos no meio da mata.
O Ministério das Relações Exteriores informou que, ainda nesta semana, a família de Juliana deve ser chamada para fornecer dados físicos da cabeleireira e, também, coletar material biológico para realização dos testes de DNA. Não há previsão para a conclusão dos laudos que irão apontar se a ossada é realmente de Juliana. (Com Breno Procópio, do Portal O TEMPO Online)
Apoio
À família. O Ministério das Relações Exteriores informou que, caso exames comprovem que a ossada é de Juliana, a família da mineira será amparada pelo Itamaraty.
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