O Parlamento Europeu pediu nesta quinta-feira (12) que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, liberte os dirigentes da oposição e manifestantes presos devido aos protestos contra seu governo, no ano passado.
Em sua nona resolução sobre a situação do país sul-americano em cinco anos, solicita ao mandatário que pare de "perseguir e reprimir politicamente a oposição democrática, violar as liberdades de expressão e manifestação e censurar a imprensa".
Os parlamentares ainda chamam de arbitrárias as prisões do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, em fevereiro, do dirigente político Leopoldo López, detido há 13 meses. Eles foram acusados de incitação à violência e tramar um golpe de Estado contra Maduro.
Os deputados ainda condenam a morte do adolescente Kluyberth Roa, 14, em protesto na cidade de San Cristóbal em 24 de fevereiro, e pedem a revogação da resolução que permite o uso de munição letal pelas Forças Armadas em manifestações.
Por outro lado, solicitam calma à oposição venezuelana em suas declarações para evitar que se amplie o fosso entre o governo e a oposição, o que poderia aumentar a violência entre grupos políticos adversários.
A resolução foi aprovada pelo plenário do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo, com 384 votos a favor, 75 contrários e 45 abstenções. A maioria dos votos contra veio do bloco Esquerda Unitária, que inclui o partido espanhol Podemos.
Os legisladores, porém, rejeitaram uma medida do bloco liberal que pedia sanções contra o governo de Maduro em caso de piora da situação da Venezuela.
REAÇÃO
Logo após a votação do projeto, o embaixador venezuelano na União Europeia, Antonio García, qualificou a resolução como "uma ingerência nos assuntos internos" do país e que "há um interesse político claro" na aprovação do documento.
García considera que, além de prejudicar o governo venezuelano na eleição parlamentar, a intenção dos legisladores europeus é prejudicar o Podemos. "Não é um segredo para ninguém que a Venezuela é usada na política interna espanhola", disse.
Na terça (10), os Estados Unidos consideraram a Venezuela uma "ameaça à segurança nacional" e aplicaram sanções contra sete aliados de Maduro. Em resposta, o líder venezuelano pediu para governar por decreto para lidar com o que chamou de "ações imperialistas" dos EUA.