O presidente afegão, Ashraf Ghani, e seu rival Abdullah Abdullah assinaram um acordo de compartilhamento de poder neste domingo (17), encerrando vários meses de disputas que mergulharam o país em uma crise política.
"Abdullah chefiará a Alta Comissão de Reconciliação Nacional, e os membros de sua equipe serão incluídos no gabinete do governo", disse o porta-voz de Ghani, Sediq Sediqqi, no Twitter.
Este acordo ocorre em um momento de escalada da violência. Na última terça-feira, por exemplo, um ataque a um hospital-maternidade em Cabul deixou 24 mortos, incluindo vários recém-nascidos.Esse aumento na violência ocorreu apesar da assinatura, no final de fevereiro, de um acordo com os Estados Unidos sobre a retirada de todas as forças estrangeiras do país dentro de 14 meses.
O país também deve lidar com a rápida disseminação do novo coronavírus.
Abdullah, que é oftalmologista, anunciou em 1º de maio um "acordo provisório" com Ghani, ex-economista do Banco Mundial.
Abdullah foi derrotado por Ghani nas eleições presidenciais de setembro passado. Os resultados finais foram anunciados apenas em fevereiro deste ano, porque foram processados 16.500 casos de irregularidades.
No início de março, ambos se proclamaram presidenteno mesmo dia e no mesmo lugar.
Ghani foi reconhecido pela comunidade internacional. Washington, então, fez lobby para resolver a crise política, anunciando a redução imediata de US$ 1 bilhão para o Afeganistão e de mais US$ 1 bilhão em 2021, se um acordo não fosse alcançado.