Eleição nos EUA

Primárias desta terça devem fortalecer Joe Biden

Democratas realizam primárias em seis Estados nesta terça-feira; Michigan e Washington são as prévias mais relevantes e podem dar novos rumos para a corrida presidencial


Publicado em 10 de março de 2020 | 09:59
 
 
 
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Seis Estados americanos realizam primárias nesta terça-feira. De todos, o mais importante é Michigan, de perfil industrial, que foi chave para a vitória de Donald Trump, em 2016. Após uma temporada abarrotada de candidaturas, a escolha democrata ficou restrita ao senador Bernie Sanders e ao ex-vice-presidente Joe Biden. A vitória em Michigan reforça o status - reivindicado por ambos - de melhor nome para derrotar o presidente em novembro.  As prévias deste terça também serão realizadas em Dakota do Norte, Idaho, Mississippi, Missouri e Washington.

Biden repetiu o script da semana passada e colecionou apoios formais de antigos adversários. Em Michigan, o senador Cory Booker, que havia abandonado a disputa democrata em janeiro, subiu ao palco ao lado do ex-vice-presidente americano na segunda-feira. “São óbvios os motivos do apoio a Biden. Ele é o único capaz de unir um país maltratado”, disse. No domingo, a senadora Kamala Harris já havia anunciado seu apoio a Biden. “Ele serviu nosso país com dignidade e precisamos dele mais do que nunca”, anunciou. “Farei tudo em meu poder para ajudar sua eleição como próximo presidente dos EUA”, completou. 

Com os anúncios de Booker e Harris, Biden consegue o apoio de dois importantes políticos negros dos EUA, um setor do eleitorado considerado crucial para qualquer candidato democrata. A movimentação não passou desapercebida pela campanha de Sanders, que ficou durante a semana em Michigan tentado reverter a situação. Na noite de sábado, Sanders tentou cortejar os eleitores negros. Em discurso na cidade de Flint, Biden foi chamado de “centrista neoliberal” e o establishment do partido foi criticado por ter “falhado com a comunidade negra”.

Os últimos eventos de campanha em Michigan têm sido um reconhecimento de que a campanha de Sanders luta para melhorar sua avaliação entre os eleitores negros, quatro anos depois de perder para Hillary Clinton, em 2016, a candidatura democrata à presidência, em parte por sua incapacidade de obter apoio dessas comunidades. 

Na Superterça, na semana passada, Biden superou Sanders em 40 pontos porcentuais ou mais entre os eleitores negros no Texas, Carolina do Norte e Virgínia. Em vários Estados, o senador democrata ficou em terceiro lugar entre os negros, atrás não apenas de Biden, mas também de Michael Bloomberg. Assessores dizem que Sanders ainda trabalha para melhorar sua posição com os eleitores negros, admitindo que vencer em Michigan - um Estado em que eles compõem uma parcela significativa do eleitorado do Partido Democrata - será muito difícil. 

Os números das pesquisas, no entanto, são ruins para o senador de maneira geral. Segundo as últimas sondagens, Sanders vem perdendo apoio também entre sua base histórica, de eleitores brancos da classe operária, outro naco importante do voto em Estados-chave, como Michigan, Ohio, Wisconsin e Pensilvânia. E a campanha de Biden vem conseguindo avançar sobre essa fatia do eleitorado, principalmente evocando a lembrança de Barack Obama, de quem Biden era vice.

Quantos delegados democratas cada Estado irá atribuir nesta terça:
Dakota do Norte: 14
Idaho: 20
Michigan: 125
Mississippi: 36
Missouri: 68
Washington: 89

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