Uma das integrantes da seita liderada por Charles Manson, Leslie Van Houten, de 73 anos, saiu em liberdade condicional da prisão, nessa terça-feira (11), nos Estados Unidos, após mais de cinco décadas atrás das grades por sua participação em dois homicídios. Van Houten tinha 19 anos quando se juntou à "Família Manson", uma seita liderada pelo psicopata responsável pela morte da atriz Sharon Tate. Grávida de oito meses, a esposa do diretor Roman Polanski foi assassinada em Los Angeles em 1969. Já Charles Manson morreu na prisão em novembro de 2017.
No entanto, Leslie não participou deste crime que comoveu os Estados Unidos, mas sim do homicídio de Leno e Rosemary LaBianca na noite seguinte, também na Califórnia. A mulher, que admitiu ter esfaqueado cerca de 15 vezes nas costas uma das vítimas, foi inicialmente condenada à morte em 1971. Mas acabou recebendo uma sentença de prisão perpétua em 1978.
A advogada de Leslie, Nancy Tetreault, disse que a discípula de Charles Manson ficará em liberdade condicional por um prazo máximo de três anos, e depois de um ano fará uma revisão. Van Houten estava detida na prisão de mulheres de Corona, na Califórnia. Tetreault detalhou que sua cliente "passará um ano em um centro de transição desenvolvendo habilidades para enfrentar um mundo que mudou muito nas últimas cinco décadas".
Van Houten "também irá procurar emprego em áreas que tenham por base a licenciatura e o mestrado que obteve na prisão", acrescentou Tetreault, que se disse "muito satisfeita" com a celeridade do processo.
Desde 2016, a Justiça americana se pronunciou cinco vezes a favor de conceder a liberdade condicional a Van Houten, mas o ex-governador da Califórnia, Jerry Brown, e seu sucessor Gavin Newsom, atualmente no cargo, exerceram seu poder de veto.
Em maio, um tribunal de apelações anulou o último veto de Newsom. A decisão afirma que Van Houten mostrou "esforços de reabilitação extraordinários, perspicácia, arrependimento, planos realistas de liberdade condicional, apoio da família e amigos, relatórios institucionais favoráveis". Apesar de "decepcionado" com essa decisão, o governador desistiu de contestá-la, informou um porta-voz de seu gabinete na semana passada. (AFP)