Pessoas fantasiadas com chifres ou com camisetas com o número 666 grafados são comuns durante a realização do SatanCon, evento dedicado à adoradores de Satã que, em 2023, aconteceu em Boston, nos Estados Unidos. Ao longo de dois dias de evento, a programação foi intensa e contou, inclusive, com uma palestra sobre o Brasil. 

Realizada anualmente pelo Templo Satânico, o evento reúne satanistas de diversos lugares dos Estados Unidos. Além de trajes informais, muita música e bebida, também era possível presenciar ações atípicas, como reversão do batismo e o "Baile Satânico". 

Popular, a SatanCon teve todos os ingressos vendidos para esta última edição, que aconteceu entre os dias 28 e 30 de abril. Os participantes tinham acesso às festividades, a uma feira com 40 expositores e as dez palestras, uma delas, inclusive, era sobre o Brasil. 

A única informação que se sabe é que a apresentação é sobre o pânico satânico, termo que surgiu na década de 1980 para falar sobre a onda de pânico que envolveu supostos rituais satânicos e desaparecimento de crianças nos EUA. Porém, a relação nunca foi comprovada pela polícia estadunidense. Isso, no entanto, foi o suficiente para que portais gospel brasileiros compartilhassem a notícia fazendo campanha contra o evento. 

A polêmica em relação à SatanCon aumentou ainda mais quando se tornou público que a abertura foi marcada por um Bíblia e uma bandeira da polícia sendo rasgadas. O objetivo era “destruir símbolos de opressão", disse o apresentador. 

O que dizem os satanistas

SatanCon

Do lado de fora Marriot Copley Place, era possível ouvir manifestações de cristãos. "Eu entendo a confusão, o medo. Mas, ao mesmo tempo, nós somos um grupo muito julgado. Nós somos como todo mundo, pagamos nossos impostos e queremos que nossas comunidades melhorem. Amamos nossos filhos como todo mundo. Somos normais, só acreditamos em algo um pouco diferente", disse Suzanna Plum, uma das participantes à rede CBS. 

O ministro do Templo Satânico, Dex Desjardins, alegou que não há intenção de ofender cristãos. "Mas, honestamente, nós não ligamos muito para o que pensam sobre nós. Não estamos fazendo nada para ofender ninguém", afirmou. 

A diretora da SatanCon fez questão de ressaltar que os participantes não acreditam literalmente em um satanás. "É uma metáfora. Temos nossos princípios básicos, empatia, compaixão, autonomia de corpo, coisas assim traduzem nossa filosofia de vida", disse Chalice Blythe (Com informações de UOL)