Em tempos de guerra, mais precisamente na Segunda Grande Guerra (1939-1945), através de decreto, o governo federal determinou a construção de abrigos antiaéreos em todos os edifícios de mais de cinco andares.
Além destes, a determinação incluiu também os que se encontravam instalados em estabelecimentos de diversões ou que ocupavam uma área superior a 1.220 m.
Segundo alguns jornais da capital, “Belo Horizonte teve a primazia na adoção dessa providência defensiva” que então se tornara lei.
O primeiro prédio da cidade equipado com um abrigo antiaéreo foi o edifício Tupinambás, de propriedade do senhor Antônio Seabra, construído pela firma Romeo de Paoli, na esquina da rua Tupinambás com a avenida Amazonas.
Na época, foi noticiado que no edifício, com oito pavimentos, capacidade para 25 apartamentos, duas lojas e sobrelojas, havia dois compartimentos com capacidade para mais de 80 pessoas, tendo um poço para ventilação e uma comunicação exterior.
A ideia de construir o abrigo foi uma antecipação ao decreto do governo, o que provocou várias críticas ao seu proprietário.
“Mas a resposta está dada pelo decreto do senhor Getúlio Vargas (...). Pode ser que os tempos mudem e, em vez de pardais, singrem os ares belo-horizontinos as máquinas terríficas da morte. Então, os moradores do edifício Tupinambás estarão a salvo de qualquer perigo”.