E, então, 2015, você acabou levando toda a culpa. Se serve de consolo, com seu irmão mais velho, o 2014, também foi assim (fiz até uma crônica amaldiçoando-o por tudo). E também será com o que está prestes a nascer.
De um apelido carinhoso e até esperançoso, como “Dois Mil e Kiss Me”, você passou a ser chamado de “Dois Mil e Crise”. Criou-se toda uma expectativa em relação a você. Muito por causa do estrago feito pelo seu antecessor. Mas veio a decepção...
Levar Eduardo Galeano, B.B.King e Marília Pêra não foi nada bonito, 2015. Mas no quesito “morte de pessoas célebres que amamos”, você foi levíssimo se comparado a 2014, tenho que admitir.
Mas fiquei pensando se é justo imputar toda e qualquer responsabilidade sobre as agruras e benesses que acontecem em nossas vidas a vocês, entidades formadas por 365 – às vezes 366 – dias.
Por exemplo, não importa se o ataque ao “Charlie Hebdo”, logo no seu desabrochar, e os atentados em Paris, que levaram 129 vidas, em setembro, tenham a ver com a política que a França vem desenvolvendo, como um dos braços da coalização militar liderada pelos Estados Unidos no Oriente Médio. E que essa política longe de exterminar, ou mesmo neutralizar os grupos terroristas, servem mesmo para fortalecê-los. Melhor, ou o mais fácil, é culpar você, 2015.
Preferimos esquecer, por exemplo, que a forma assassina como as mineradoras se instalam nas cidades a serem exploradas por elas, com o aval e anuência dos nossos governantes, em nível municipal, estadual e federal, não pode dar em coisa boa. No entanto, 2015, quando uma barragem se rompe levando com ela vidas, memórias, culturas e todo um rio, a culpa é sua e não da Samarco/Vale/BPH.
Eduardo Cunha, esse autoritário, corrupto, conservador, homofóbico, racista e machista que senta na cadeira da presidência da Câmara dos Deputados. Podemos culpar você, 2015, por ele existir? Como? Se ele está aí desde a época do PC Farias? E onde quer que tenha colocado a mão tem corrupção no meio?
Pois bem, 2015, de mim, não virão acusações contra você. E prometo não criar expectativa em relação ao ano que vai nascer. Vamos deixar nas mãos de Oxalá e Iemanjá!
Axé!
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