Luciano Vieira, 70, na época de zagueiro, jogava firme, era excelente na bola aérea, tinha espírito de liderança. Ele diz que não chegava junto na marcação, mas, sim, primeiro que o atacante. Não foi um jogador clássico, mas não era desleal, como muitos.
Seu início de carreira foi no Democrata de Sete Lagoas. Depois, Luciano foi para o Villa Nova e também defendeu o América, entre os anos de 1977 e 79, tendo marcado atacantes como Tostão, Dirceu Lopes, Dario, Reinaldo, Totonho, do Villa Nova, Naim e Toinzinho, do Uberaba, dentre outros tantos talentos.
Após encerrar carreira como atleta e concluindo o curso de educação física na UFMG, Luciano foi convidado pelo diretor de futebol do Coelho, Paulo Afonso Alves da Silva, para ser treinador dos juniores. Não demorou muito, assumiu o profissional, já que era respeitado por todos no clube.
Inesquecível
Um jogo, em especial, ficou registrado não só na sua memória, mas também na de muitos americanos: goleada de 5 a 0 em cima do Cruzeiro. Luciano Vieira classifica aquele América como “arrasador” e lembra do clássico com carinho, mesmo tendo sido amistoso, no dia 18 de agosto de 1981. Wagner e Paulinho Kiss, com dois gols cada um, e Eraldo fizeram o placar de mão cheia.
“A goleada surpreendeu a todos que estavam no Mineirão, já que o Cruzeiro contava com vários jogadores de nível como Gasperin, Wagner Bacharel, Claudio Mineiro, Edmar, Carlinhos Sabiá, Eduardo”, conta.
Naquele dia, como falou o fanático torcedor do Coelho Elisio Silva Araujo, “ninguém segurava o América”.
Em 1981, Luciano Vieira foi escolhido pela imprensa como o melhor treinador da temporada, o que o encheu de orgulho.
Grande defensor da tradição do Estadual
Luciano Vieira trabalhou ainda como treinador no Democrata-GV e no Villa Nova, nos juniores do Atlético e no Araxá. Aceitou convite de Ilton Chaves, então treinador do Cruzeiro, para fazer parte da comissão técnica como preparador físico, ao lado do seu irmão Beto Vieira.
Teve muitas alegrias e conta que também experimentou decepções com pessoas no futebol.
Experiente, Luciano Vieira pensa que o Campeonato Estadual é importante na formação e na revelação de jogadores que podem brilhar no esporte. Diz ainda que o torneio “faz parte da tradição, está na cultura, na índole...”.
Atualmente, Luciano Vieira mora com a mulher e filhos em sua cidade natal, Pirapora, no Norte de Minas, onde acompanha bastante o futebol pela TV.