Saulo Penaforte é jornalista

O Carnaval é uma das maiores manifestações culturais do Brasil, desempenhando um papel crucial na economia nacional. Em 2025, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta que a festa gerará R$ 12 bilhões em receitas, representando um crescimento de 2,1% em relação ao ano anterior. Caso essa previsão se confirme, será o melhor desempenho econômico do setor desde 2015.

Em Minas Gerais, o Carnaval também é sinônimo de prosperidade econômica. Belo Horizonte, em particular, tem se destacado como um dos principais polos carnavalescos do país. Para 2025, a capital mineira espera receber cerca de 6 milhões de foliões, número que supera os 5,5 milhões registrados em 2024. A previsão é que o evento movimente mais de R$ 1 bilhão na economia local entre 15 de fevereiro e 9 de março.

O impacto econômico do Carnaval em Belo Horizonte abrange diversos setores. O setor hoteleiro, por exemplo, registrou um aumento de 30% no preço médio das diárias, refletindo a alta demanda por hospedagem durante o período festivo. Bares e restaurantes também estão otimistas, obviamente.

Além disso, a festa impulsiona o comércio local. Uma pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) revelou que 59,2% dos empresários acreditam que o Carnaval terá um impacto positivo nas vendas. Esse otimismo reflete a importância da festividade para o aquecimento da economia da cidade.

O crescimento do Carnaval de Belo Horizonte é evidente. Em 2025, estão registrados 568 blocos, com 624 desfiles previstos por toda a cidade, representando um aumento de 7% em relação a 2024. Esse dinamismo não só enriquece a cultura local, mas também fortalece a economia, gerando empregos temporários e movimentando diversos setores.

Outro ponto relevante é o impacto social e inclusivo do Carnaval. Além da movimentação financeira, a festa gera oportunidades para pequenos empreendedores, artistas independentes e trabalhadores informais. Costureiras, aderecistas, músicos e vendedores ambulantes têm no Carnaval uma das principais fontes de renda do ano.

O Carnaval segue como um ativo estratégico da economia, gerando empregos, fortalecendo o turismo e estimulando uma cadeia produtiva que vai do comércio ao setor de serviços.

O poder público e o setor privado precisam enxergar o Carnaval não apenas como um evento sazonal, mas como um fenômeno econômico de longo prazo – com impacto direto na arrecadação –, que exige planejamento, investimento e valorização. Afinal, a folia passa, mas os benefícios que ela deixa podem reverberar por todo o ano.