O modo de agir, tratar os funcionários e planejar diz muito sobre uma empresa. Esses traços possuem muita ligação com a cultura organizacional, que influencia e impacta diretamente a rotina de colaboradores, clientes e fornecedores. Desse modo, estando clara ou não, toda empresa tem a sua identidade.
De maneira geral, a cultura organizacional pode ser definida como a personalidade do local de trabalho. No entanto, muitos gestores ainda possuem dificuldades em entender a importância da cultura da empresa. Segundo pesquisa feita em 2019 pela empresa norte-americana Barrett Values Centre, as companhias que focam apenas o desempenho financeiro, sem nenhum elo com os valores culturais, têm o retorno de até 331% no prazo de dez anos. Em contrapartida, as organizações que criam uma conexão entre cultura e resultado financeiro tendem a crescer até 1.026% no mesmo prazo.
Nesse sentido, as empresas que conhecem sua cultura lucram mais e, por isso, identificar a cultura atual e aprimorá-la é fundamental. Observar as emoções e comportamentos dos colaboradores e gestores é o primeiro passo para começar a identificar as características da atual imagem da companhia.
Analisar as interações e como os conflitos são resolvidos auxilia a detectar os traços culturais e os valores. Além disso, é importante prestar atenção no que motiva as equipes e como isso está inserido na rotina de trabalho.
Após essas etapas, é esperado que os gestores consigam identificar qual é o tipo de cultura da empresa e os pontos que podem ser melhorados. De acordo com o escritor e filósofo inglês especializado em comportamento organizacional, Charles Handy, existem quatro tipos de cultura.
A primeira é a cultura do poder, ou seja, é aquela que concentra a liderança em uma única pessoa e é totalmente focada em obter resultados. A segunda é a de papéis, cuja característica é distribuir e dividir bem as funções. Esses modelos, na maioria dos casos, são bem engessados e não permitem que os colaboradores contribuam com ideias e inovação.
Com isso, é uma tendência do mercado atual investir em outras culturas, como a de tarefas. Neste modelo, as companhias investem em colaboradores especializados e com o foco na solução de problemas, é uma cultura que busca dar liberdade criativa para os funcionários.
Existe, também, a cultura de pessoas, que são empresas que focam integrar a equipe e oferecem um ambiente de trabalho saudável. Com a humanização das organizações se tornando uma realidade no meio corporativo, esse modelo ganha mais destaque. O Google, por exemplo, apresenta traços da cultura de tarefas e de pessoas, já que incentiva a criatividade e o bem-estar no trabalho.
A cultura organizacional é um tema relevante e fundamental para o desenvolvimento das atividades da empresa. Por isso, é necessário entender como a organização se posiciona e se é preciso alinhar ou melhorar os procedimentos.