Opinião

Libaneses mineiros

Fuliban e a interação da comunidade com Minas Gerais

Por Nacib Hetti
Publicado em 21 de abril de 2020 | 15:00
 
 
 
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Como os libaneses que vieram para Minas Gerais poderiam retribuir a hospitalidade que tiveram desde o início do século passado? A resposta veio em abril de 1970, quando a colônia libanesa do Estado se reuniu no Consulado do Líbano. Ali foi dado o pontapé inicial para criação de uma instituição para a população carente de Belo Horizonte. Foi constituída uma entidade sob a denominação de Fundação Libanesa de Minas Gerais (Fuliban).

Todos se comprometeram para que ela se tornasse uma realidade histórica, como verdadeiro marco da sensibilidade e gratidão da comunidade libanesa ao povo de Minas Gerais. Em maio do mesmo ano, uma assembleia geral deu vida à Fuliban. Nasceu o braço social da colônia libanesa.

Dentre os importantes trabalhos desenvolvidos, vale lembrar a figura de um de seus fundadores, o professor Elias Murad, no tratamento de dependentes químicos. As ações foram desenvolvidas sob a coordenação da professora Marília Maakaroun. A Fuliban passou a atender 600 jovens. Atualmente, além da clínica geral, estão em fase de estudos os atendimentos em ortopedia e psiquiatria, exclusivamente para pessoas carentes.

A Fuliban visa, ainda, a promoção da cultura libanesa, com cursos de língua e culinária árabe, com aulas presenciais, com turmas de até cinco alunos. O público alvo é de iniciantes, interessados em aprender a falar e compreender o árabe. O aluno tem condições de se comunicar no idioma, inclusive no vernáculo moderno, e saber mais sobre a cultura libanesa, sua história, geografia e costumes.

A fundação foi agraciada com o Prêmio Cidadania Metropolitana 2019. O prêmio é concedido pelo governo de Minas Gerais para entidades que se destacam por sua atuação em favor do desenvolvimento social. A cerimônia foi presidida pelo governador Romeu Zema, acompanhado de líderes empresariais e comunitários. O prêmio revela a importância da fundação para a sociedade. O prêmio mostra o caminho certo, fazendo a diferença na região, inspirando outras pessoas a somarem esforços na causa social.

A Fuliban realizou a primeira edição do “Jantar Líbano Eterno”. Durante o evento foi apresentado o projeto de audiovisual da colônia libanesa: Hani, um personagem de animação libanês, que veio para o Brasil. “Hni fará o diálogo entre as culturas, apresentando os produtos e as atrações turísticas dos dois países, ao mesmo tempo desmistifica visões equivocadas da cultura árabe para a sociedade brasileira”, afirmou o presidente Frederico Aburachid.

Para melhorar seus serviços a Fuliban criou um sistema próprio para recrutar voluntários nos diversos seguimentos da assistência social e médica, para continuar agradecendo à população do Estado o carinho que a sociedade tem pelo Líbano e pelos libaneses que aqui vivem e trabalham.

Como repete sempre o ex-presidente da Associação Comercial de Minas, Charles Lotfi: “a Fuliban é a menina dos olhos da colônia libanesa”

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