A saída da Ford do Brasil, descortinou de forma cabal, que o país não tem planejamento econômico de Estado, apenas uma colcha de retalhos. Deveríamos nos espelhar na China, que até pouco tempo era pobre.

O post no Twiter de Luís Graziano é muito interessante: “Saída da Ford expõe uma realidade: tudo indica que o futuro do Brasil reside no agronegócio. Não temos rival. Está ficando claro: o agronegócio é o melhor negócio do Brasil”.

A parte boa da declaração é que no agronegócio, temos um ritmo chinês, porém na indústria, estamos reduzindo nosso fluxo a décadas e corremos o risco de cairmos no ostracismo e sermos meros importadores, o que prejudica o PIB e o emprego.

Agravado ainda, com uma legislação burocrática maléfica, que prejudica as empresas e uma lei tributária jurássica, que mais causa ônus e faz aumentar o preço, além de uma carga tributária alta que não traz retorno ao cidadão, nem tão quanto às empresas e indústrias. Provocando uma guerra civil interna de atração de investimentos, o que faz com que os entes da federação se digladiem e provocamos um tiro no tiro no pé do país, que prejudica nossa competividade.

O Brasil deveria ser uma potência, temos todas as condições do mundo, mas patinamos. Os nossos gestores nos âmbitos executivo e legislativo, parece que tem má vontade ou falta de competência. Situação que já vem de décadas, mas é importante citar que na macroeconomia por dever de ofício é responsabilidade do governo federal.

O Brasil pelo seu tamanho e potencial ainda continua sendo uma “boa” opção, por ser um país ainda para desenvolver, mas perdeu o bonde da história, pois poderíamos ter cem vezes mais investimentos, pelos motivos elencados acima, motivo pelo qual a Ford vai sair do Brasil.

Declaração do presidente Jair Bolsonaro: “Lamento os 5.000 empregos perdidos. Agora, negócio é negócio. Deu lucro? Não deu lucro? O cara não produz mais aquilo, fecha”. Esta frase não corrobora com a economia, pois a Ford era uma vitrine, para atração de outras empresas, além de 15 mil empregos, não é tão simples assim. A indústria automobilística é que mais gera cadeia de conectividade econômica, parece que os gestores desaprenderam.

Reforma estruturais que ainda não foram enviadas para o Congresso, por si só não resolvem o problema, a solução é muito mais complexa e cultural.

Já tivemos no país indústria automobilista nacional, como a Gurgel, inclusive eles tinham até carros elétricos, mas o governo na época do regime militar não deu apoio ou mesmo integrou a empresa no desenvolvimento econômico, falindo a mesma posteriormente. Se com aviação (Embraer) conseguimos, porque não na automobilística.

A economia brasileira é robusta, por questões orgânicas do país, mas não por planejamento governamental. O que nos deixa frágeis para crescermos de verdade, em relação ao mundo, somos sempre vistos como o país do futuro (que nunca chega).

Não podemos de forma alguma deixar empresas desse porte sair do país.