É fundamental ampliar o protagonismo de Minas Gerais no cenário logístico nacional e internacional. Acredite, há muito espaço para que isso aconteça. Conforme dados do governo federal, Minas está na terceira posição no ranking de entrada de carga aérea. Com isso, só 28% das cargas aéreas chegam por aqui. Até então, o Estado sempre disponibilizou uma cadeia logística tímida para atendimento às empresas, o que contribuiu para esse cenário. No entanto, mudanças estão por vir com o fortalecimento do papel do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, como hub logístico.

Mesmo em um ano de pandemia, o aeroporto se dedicou a lançar novos serviços no mercado para oferecer aos clientes soluções multimodais. A partir daí, em 2020, implantou a primeira rota marítima que liga diretamente o aeroporto ao Terminal Bandeirantes, no porto de Santos (SP), o que oferece a possibilidade de remoção da carga importada, por meio do modal marítimo, para a região metropolitana de Belo Horizonte. Já estamos em negociação para ampliar o serviço para o porto do Rio de Janeiro.

Pensando também em redução de custos, outro lançamento a se destacar foi o do projeto Rotas Rodoviárias, que tem o intuito de conectar as zonas primárias, como portos e aeroportos, do Sudeste brasileiro a indústrias, comércios e importadores mineiros. Com a iniciativa, foi possível oferecer uma redução de até 60% no custo do transporte de cargas, o que elevou a competitividade das empresas mineiras.

Outros dois importantes produtos lançados recentemente são: o entreposto aduaneiro, inclusive em câmaras frias, que contribui para a eficiência no fluxo de caixa das empresas, além do Programa de Parceiros Logísticos (PPL), que visa fortalecer a parceria com os demais atores da cadeia logística, como agentes de cargas e despachantes aduaneiros.

Todas essas ações fortalecem o protagonismo do Estado no cenário da logística nacional e internacional. A partir do desenvolvimento desses produtos, passamos a ter condições de estimular a cadeia logística aérea mineira, sobretudo por estarmos situados em uma região estratégica, com localização geográfica privilegiada.

De Minas Gerais, temos acesso a 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, voando apenas uma hora. O Estado faz fronteiras com sete Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Goiás, Distrito Federal (Brasília) e Mato Grosso do Sul.

Nenhum Estado brasileiro tem isso, e, consequentemente, nenhum aeroporto tem essa condição.

Nós temos um terminal moderno e um portfólio robusto de produtos e serviços para que o Estado ofereça uma condição favorável para o desenvolvimento de sua própria cadeia logística, mas é fundamental a construção de políticas públicas que impulsionem o setor.

Esse avanço passa pela construção de um ambiente propício à migração das cargas aéreas que tem como destino Minas Gerais, mas que, infelizmente, ainda chegam a aeroportos de outros Estados da Federação.