Opinião

Legado pós-crises globais

A ciência mais uma vez vencerá

Por Samuel Lloyd
Publicado em 07 de abril de 2020 | 03:00
 
 
 
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A pandemia que enfrentamos uniu o mundo contra um inimigo comum. Ao longo dos tempos, a história está repleta de exemplos de que, nos momentos de graves crises, por meio da inteligência humana, surgem tecnologias e hábitos capazes de transformar nossas vidas de forma positiva.

Se voltarmos um século no tempo, perceberemos que campanhas por hábitos de higiene, que hoje são imprescindíveis, se popularizaram no Brasil em outra grave epidemia. A gripe espanhola dizimou cerca de 50 milhões de pessoas no mundo e desembarcou no Brasil em 1918, matando mais de 30 mil pessoas em poucos meses.

Sem saber como combater a enfermidade, autoridades difundiram hábitos que deveriam ser seguidos pela população. Entre esses estavam os cuidados ao lavar as mãos, ao tossir e evitar circular pelas ruas. Segundo historiadores, também é dessa época o embrião do Ministério da Saúde, criado oficialmente em 1930, e o Sistema Único de Saúde (SUS), previsto na Constituição de 1988.

A importância da ciência pode ser percebida nas grandes guerras, responsáveis pela criação de equipamentos que ajudaram a impactar a sociedade. Quem assistiu ao filme “O Jogo da Imitação” conheceu a história do matemático Alan Turing e como a sua invenção, a Bomb, foi capaz de decifrar e quebrar os códigos da Enigma, a máquina eletromecânica de criptografia nazista. Os geniais estudos de Turing o tornaram o “pai da computação”. Como imaginar a humanidade sem os computadores?

A ideia central deste texto é mostrar a importância da ciência e como ela sempre está presente de forma extremamente positiva nas grandes crises. A popularização do rádio como meio de comunicação, os alimentos enlatados e os artefatos que ainda hoje fazem parte do nosso cotidiano, como lenços de papel, talheres de aço inoxidável e relógios de pulso, são exemplos de desenvolvimentos ocorridos em períodos de guerras, possíveis graças à genialidade de cientistas. Até mesmo o zíper foi aperfeiçoado para os uniformes militares. A engenharia militar foi responsável também por invenções que utilizamos todos os dias, como o micro-ondas, o GPS, as câmeras digitais e até mesmo a internet.

Vivemos, talvez, a maior crise humanitária global pós-Segunda Guerra. Porém, temos exemplos e a certeza de que a inteligência do ser humano já se mostrou capaz de mudar o mundo e tornar a vida da população melhor. Se ainda é difícil prever quando retomaremos a nossa rotina como sociedade, a esperança que nos move é que a ciência, mais uma vez, vencerá.

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