Na hora da festa, muitas vezes por causa do consumo de álcool, as pessoas deixam de se proteger nas relações sexuais, aumentando as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) no Brasil. A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) reforça a importância do uso de preservativo para evitar doenças como HPV, HIV, sífilis, clamídia e gonorreia.

O Ministério da Saúde já distribuiu 128 milhões de preservativos para este Carnaval, sendo 125,1 milhões de camisinhas masculinas e 3,4 milhões de femininas.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os dias ocorrem 1 milhão de novas infecções, sendo a faixa etária entre 15 e 49 anos a mais afetada. A razão para números tão altos entre os jovens é a diminuição do uso da camisinha, que deveria ser utilizada em todas as relações sexuais.

As IST são causadas por mais de 30 vírus e bactérias devido ao contato, sem o uso de camisinha, com uma pessoa que esteja infectada. Dessa forma, abrir mão do preservativo nas relações expõe a pessoa e os parceiros com as quais ela se relaciona.

Uma infecção cada vez mais comum é o HPV, transmitido pelo papilomavírus humano, causando cânceres e verrugas genitais. Além da neoplasia de colo de útero, associa-se a doença ao câncer de vagina, vulva, ânus, pênis e tumores de cabeça e pescoço.

A vacina contra o HPV é um dos grandes avanços da medicina nos últimos tempos. O Ministério da Saúde oferece a vacina quadrivalente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mas a camisinha também é uma forma de se prevenir do HPV.

Os casos de sífilis praticamente dobraram no país, passando de 34,1 a cada 100 mil habitantes, em 2015, para 75,8 a cada 100 mil em 2018.

Já as infecções causadas pelas bactérias clamídia e a gonorreia são infecções que podem atingir os órgãos genitais masculinos e femininos, podendo causar infertilidade, problemas na gestação e no parto. Não existe uma vacina para essas doenças, sendo o preservativo a única forma de prevenção.

A infecção por HIV também cresce entre os jovens. A maioria dos casos é registrada na faixa etária de 20 a 34 anos, com 18,2 mil notificações (57,5%).

Em 2018, 43,9 mil novos casos de HIV foram registrados. Entre os 20 e 24 anos, o número quase dobrou, passando de 18,4 a cada 100 mil pessoas, em 2008, para 35,8 a cada 100 mil, em 2018. O Ministério da Saúde acredita que 135 mil pessoas vivem com HIV no Brasil e não sabem.

Para que a diversão esteja garantida, não se descuide da prevenção no Carnaval. As infecções sexualmente transmissíveis são evitáveis, e os preservativos estão disponíveis gratuitamente nas unidades de saúde por todo o país.