Opinião

Sonho que se sonha junto é realidade

Rodoanel Metropolitano será divisor de águas na mobilidade urbana

Por Fernando Marcato
Publicado em 04 de março de 2021 | 03:00
 
 
 
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É consenso que os dois Estados com maior população no país – Minas Gerais e São Paulo – necessitam diminuir, em suas capitais, o grande afluxo de veículos que circulam dentro de seus territórios. Além de poupar vidas e melhorar a mobilidade, os rodoanéis reduzem custos de transporte e fomentam competitividade.

Obras dessa magnitude costumam ser bastante custosas e demoradas. Em 2012, a então presidente Dilma Rousseff anunciou, em Belo Horizonte, a construção do “rodoanel mineiro”. As alças oeste e norte ficariam sob responsabilidade do Estado. A alça sul, com o governo federal, e a alça leste, com a Prefeitura de Belo Horizonte. Três anos depois, o governo do Estado revogava, em razão de irregularidades, o contrato cuja licitação havia sido vencida pela construtora Odebrecht. As alças sul e leste nunca foram licitadas.

São Paulo conseguiu erguer seu rodoanel com muitas dificuldades. A construção da primeira alça teve início em 1998, e o último trecho será concluído apenas em 2023. São 25 anos de dificuldades, incluindo denúncias de irregularidades.

O que o governo de Minas conseguiu aprender com essas experiências? Três decisões feitas no início de 2020, quando o atual projeto do Rodoanel Metropolitano, começou a ser estruturado, permitirão evitar os erros do passado.

A primeira consiste em realizar o projeto de maneira integral. Isto é, a construção de todas as alças e a posterior manutenção pelo prazo de 30 anos serão realizadas por uma única empresa. Fracionar a construção do rodoanel pode fazer com que trechos dependentes sejam entregues em momentos muito diferentes, perdendo a funcionalidade do projeto.

A segunda é a do traçado que capture o maior volume de veículos. Além de retirá-los da região metropolitana, esse maior volume gera mais receitas para o operador da concessão, permitindo tarifas de pedágio mais baratas e mais investimentos em qualidade e segurança.

A terceira decisão está relacionada à adoção do Programa Internacional de Avaliação de Estradas (Irap), que estabelece as melhores práticas internacionais em geometria da via, atendimento do usuário e, acima de tudo, segurança.

Isso significa que todas as decisões sobre o projeto estão tomadas? Certamente, não. Desde fevereiro, todos os estudos referentes ao Rodoanel Metropolitano foram colocados em consulta pública para sugestões. Cinco audiências públicas serão realizadas até o fim de março.

Além disso, antes do início da consulta pública, o governo do Estado se reuniu individualmente com as prefeituras beneficiadas pelo projeto. Para completar, a equipe técnica está estudando traçados alternativos propostos por grupos ambientalistas.

Viabilizar esse sonho dos mineiros é uma travessia árdua, mas com transparência, colaboração de todos e embasamento técnico será possível torná-lo uma realidade.

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