Opinião

Ultrassonografia mamária

Resultados na prevenção do câncer

Por Annamaria Massahud
Publicado em 18 de março de 2020 | 03:00
 
 
 
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A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 7354/2017, assegurando a ultrassonografia mamária pelo SUS às mulheres com risco elevado de câncer de mama e como exame complementar para quem tem entre 40 e 49 anos e alta densidade mamária. O exame pode ser solicitado pelo profissional médico, mesmo sem a realização de mamografia prévia, ou de forma complementar à mamografia, representando uma conquista para a sociedade. 

Anualmente, o SUS realiza cerca de 2,6 milhões de mamografias em pessoas de 50 a 69 anos, registrando uma cobertura de 24,4%, índice bem abaixo dos 11,5 milhões (70% de cobertura) recomendados pela Organização Mundial da Saúde. A doença tem sido diagnosticada mais frequentemente em fase avançada no Brasil, contribuindo com o alarmante número de 16 mil óbitos ao ano.

Sabe-se que a neoplasia mamária tem até 95% de chances de cura, se diagnosticada precocemente. A mamografia é o principal método diagnóstico, sendo capaz de identificar lesões muito pequenas, características da fase inicial do câncer, o que não é possível com o autoexame, pois, geralmente, a palpação das mamas possibilita a percepção de nódulo a partir de 1cm.

Em mulheres mais jovens, a mamografia pode apresentar menor sensibilidade de detecção de lesões em decorrência da dificuldade do exame em demonstrar as alterações em tecidos mamários mais densos. Para esses casos, a ultrassonografia mamária tem indicação para avaliação de nódulos já percebidos à mamografia ou à palpação das mamas, ou em caso de estarem grávidas, ou com sinais de infecção, ou para avaliação de próteses mamárias, e, por isso, a ultrassonografia é considerada uma aliada e complementar à mamografia.

A emissão e captura das ondas do aparelho transformam as variações da estrutura interna da mama como nódulos – sólidos ou císticos – alterações intraductais, espessamento do parênquima mamário, entre outras, em imagens. O processo é o mais indicado na avaliação e conduta de doenças que, muitas vezes, não apresentam sintomas e não são identificadas pela mamografia.
A recomendação é permanentemente adotar comportamentos focados em prevenção, como alimentação e hábitos saudáveis, prática de exercícios físicos e gordura corporal equilibrada, sendo possível reduzir em 28% a chance do desenvolvimento da neoplasia.

O autoconhecimento também faz parte da estratégia de detecção precoce, e qualquer alteração mamária, como o surgimento de nódulos em mamas ou axilas, mudança no tamanho e forma das mamas, saída de secreções claras ou sanguinolentas pelas papilas e feridas ou alterações em pele das mamas, são sinais para se consultar o mastologista.

 

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