Muitas pessoas deixam de começar a investir por insegurança. Elas têm medo de perder sua renda, conquistada com tanto esforço no trabalho, ou não sabem mesmo como iniciar.
Se esse é o seu caso, saiba que você não está sozinho. Essa ainda é a realidade da maioria dos brasileiros. De acordo com uma pesquisa do Instituto Reclame Aqui, 71,8% da população não faz investimentos, sendo que:
· 40,5% diz não ter dinheiro o suficiente
· 33,3% não gosta de se arriscar
· 17,1% não têm conhecimento o bastante
· 9,1% têm medo de perder dinheiro
Mas, então, como perder o receio e começar? É sobre isso que vamos falar hoje. Aprenda quais são os riscos de investir e como fazer aplicações.
Quais são os riscos do investimento?
Todo investimento tem um risco, mas é preciso entender que eles podem ser controlados. Além disso, existem aplicações mais arriscadas e outras menos, por isso é importante você saber onde investir.
Volatilidade
O tipo de risco que as pessoas mais têm receio é relacionado à volatilidade. Isto é, o risco de perder o dinheiro de uma hora para outra.
Para perder esse medo, é importante distinguir os investimentos de renda fixa e renda variável.
· Na Renda Fixa, as regras da remuneração são definidas no momento em que você faz a aplicação. Assim, você já investe sabendo qual será o rendimento e percentual de rentabilidade. Os ativos também podem ser atrelados a taxas (Selic, CDI ou IPCA) que são as taxas que regulam o mercado de juros e inflação. Com isso, a variação será bem menor, já que acompanha as decisões do mercado.
· Já na Renda Variável, você não sabe qual será a rentabilidade e o rendimento depende das oscilações do mercado. Por isso, costumam ser aplicações mais arriscadas. É o caso da Bolsa de Valores, por exemplo.
Dessa forma, uma dica para começar a investir, é procurar títulos prefixados, o que te dará mais controle sobre os ganhos.
É importante dizer que dentre as opções de renda variável, existem ativos mais seguros que outros. Mas, para isso, é importante estudar e ter mais conhecimento sobre investimentos para evitar perdas inesperadas.
Liquidez
Outro risco do investimento é ficar com o dinheiro “preso” por certo tempo. Isso porque existem aplicações em que você só pode retirar o valor em um prazo determinado, caso contrário você perde o rendimento. São os chamados títulos de baixa liquidez.
Porém, existem ativos de liquidez alta e até diária, que são aqueles que permitem resgatar o valor a qualquer momento. Investir nesse tipo é uma dica para quem está começando. Assim, caso você tenha uma emergência financeira, pode utilizar o dinheiro investido.
Amparo e garantia
Como falamos, grande parte das pessoas têm medo de perder todo o dinheiro ao fazer um investimento. Mas, é preciso dizer que várias aplicações são extremamente seguras.
É o caso, por exemplo, de aplicações de renda fixa como CDB (Certificado de Depósito Bancário), LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e LCA (Letras de Crédito do Agronegócio), que são garantidas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Para essas aplicações, caso a instituição financeira que você investiu entre em falência, o FGC garante que você vai receber o dinheiro investido, com uma cobertura de até R$ 250 mil.
Além disso, os títulos públicos do Tesouro Nacional se referem a ativos do Governo Federal. Eles são considerados os títulos mais seguros do mercado, já que é extremamente improvável que o governo quebre. Se ele tiver dívidas, ele pode gerar novas dívidas para pagar as antigas.
Como começar a investir?
Agora que você já conhece quais são os riscos e entende que existem opções muito seguras de investimento, pode perder o medo e começar.
Para isso, vamos te dar algumas dicas que vão te tornar um investidor mais consciente. Assim, você pode tirar o melhor proveito das suas aplicações.
Defina suas metas
Não adianta investir sem saber o objetivo desse investimento. Você está guardando para uma emergência? Como aposentadoria? Ou simplesmente para tentar o melhor rendimento a curto prazo?
Os especialistas em investimento indicam sempre escrever suas metas antes de começar a investir. Assim, você destina seu dinheiro para as aplicações certas. Vamos dar um exemplo.
Suponha que você tem como metas:
· Curto prazo: fazer uma viagem de férias
· Médio prazo: comprar um carro
· Longo prazo: guardar dinheiro para a aposentadoria
Para a meta de viagem, é importante que seu dinheiro seja aplicado em um ativo com alta liquidez, já que você vai precisar resgatar esse dinheiro em breve.
Para a aposentadoria, por outro lado, a liquidez pode ser mínima, já que a expectativa é retirar o dinheiro apenas quando você estiver na terceira idade.
Para comprar o carro daqui a um ano, por exemplo, você pode investir em um ativo com vencimento para esse período e, assim, escolher uma opção de investimento com maior rentabilidade. Lembre-se que quanto mais rápido você retirar o valor, menor será o rendimento.
Comece pela reserva de emergência
Dentre as suas metas, a primeira delas deve ser criar uma reserva de emergência, caso você ainda não tenha.
A reserva é aquele dinheiro capaz de custear sua vida por 6 meses, caso alguma coisa aconteça, como uma demissão na família, uma doença etc. A pandemia nos mostrou quanto é importante ter uma segurança diante das imprevisibilidades, certo?
Esse valor deve ser aplicado em título de liquidez diária para resgate assim que precisar. Depois de reunir a reserva, diversifique seus investimentos.
Quanto mais aplicações você tiver, mais pulverizados estarão os riscos e você reduz a insegurança de perder tudo de uma vez.
Tenha constância
A melhor forma de investir e garantir que você tenha bons rendimentos é aplicar com regularidade. Todo mês, destine uma parte da sua renda para as aplicações que julgar melhor. Assim, você não dependerá apenas da taxa de rendimento, mas das suas próprias economias.
Com o passar do tempo, esse pouco investido por mês será um montante maior, capaz de atender às suas metas financeiras.
Se você não sabe quanto destinar por mês, utilize a regra do 50-30-20 ensinada pelos especialistas. Ela orienta que 50% da sua renda mensal deve ser usada para pagar as contas fixas e essenciais; 30% para as contas não essenciais e variáveis; e os últimos 20% para investimentos e compromissos financeiros. Tem dificuldade de economizar? Então, conheça o desafio 52 semanas! Ensinamos como se programar para guardar dinheiro e criar o hábito, sem pesar no bolso.