Fair Play Financeiro e Licenciamento

Normas de governança da CBF já caminham do caráter educativo para a punição

O Fair Play Financeiro será implantado na Série A em 2020 de forma educativa e gradual para que, depois, possa se aplicar sanções


Publicado em 03 de junho de 2019 | 18:56
 
 
 
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Licenciamento de Clubes e Fair Play Financeiro, dois assuntos que são importantíssimos para o desenvolvimento do futebol brasileiro. Não dá mais para tapear os números, não dá mais para driblar as normas contábeis, não dá para gastar mais do que arrecada. Os clubes de futebol têm que adequar suas finanças e suas práticas de governança, do contrário, serão engolidos pelo mercado, atolados em maus resultados em campo ou até punidos esportivamente.

Essas normas já são comuns nas federações europeias, que exigem gestões transparentes de seus clubes. E, a partir de agora, a CBF também irá exigir no Brasil. Em 2016, a Fifa determinou que todas as confederações criassem o Licenciamento de Clubes, implementado na Série A em 2017 e 2018 e que, em 2019, já atinge os times da B.

São pré-requisitos para disputar as competições nacionais, que exigem, por exemplo, boas condições para atletas de categorias de base e a implantação do futebol feminino. Lógico que cada clube na sua realidade. O licenciamento já está valendo nas Séries A e B, e essas normas também vão chegar às Série C e D e também a clubes que disputam a Copa do Brasil e não têm série.

Paralelamente, a entidade máxima do futebol brasileiro passou a trabalhar o Fair Play Financeiro. Para isso, ela conta com consultorias renomadas, como BDO, Ernest & Young e do economista César Grafietti, respeitado no mundo dos negócios.

O Fair Play Financeiro é um modelo para conscientizar a gestão financeira dos clubes, criando processos e indicadores. Ele será implantado na Série A em 2020 de forma educativa e gradual para que, depois, possa se aplicar sanções por descumprimentos.

Não é uma questão de reproduzir o que se tem na Europa, mas criar uma dinâmica que encaixe nas nossas características. Tudo isso é importante para atrair investidores, especialmente do mercado internacional. Hoje, para se ter uma ideia, é dificílimo comparar um balanço financeiro de um clube com o outro porque cada um adota um modelo.

Os balanços das federações já começaram a ser padronizados. A ideia é criar um modelo único e orientativo também para os clubes, para que as informações possam ser comparáveis, dentro das práticas contábeis.

E se os clubes não atendem às regras? Eles podem ser sancionados conforme a gravidade da violação, assim como a sua recorrência. Confira quais:

- advertências;

- multas;

- retenções de premiações;

- proibição de registro de atletas;

- limitação de número de atletas registrados;

- proibição de participação em competições continentais;

- intervenção e não concessão de licença.

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