Coluna Daniel Seabra

É certo descartar um ou outro jogador por causa de um esquema tático?

No caso do Atlético, jogadores que não se enquadram no esquema de Coudet, não terão vez?

Por Daniel Seabra
Publicado em 24 de fevereiro de 2023 | 16:01
 
 
 
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O papo hoje é sobre esquema tático. Mas calma, não vou ficar aqui esmiuçando o 4-4-2 ou o 4-3-3 ou o 4-5-1... Nada disso.

Tenho visto muita gente analisando, especificamente sobre o técnico do Atlético, Eduardo Coudet, o esquema utilizado pelos treinadores. Gente, claro, óbvio, cada comandante tem suas preferências. E, também óbvio, vai tentar implementar no time sua forma preferida de fazer a equipe jogar.

E outra, sempre com aquela máxima: é início de trabalho. Novos jogadores, novos ares, nova filosofia, etc...

Mas aí é que vem o "problema".

Quando o treinador é contratado, ele vai indicar alguns jogadores. Coudet fez isso. Mas muitos já estão no elenco. E aí, voltando a enfocar o grupo de jogadores atleticanos, quando o argentino chegou, muitos já estavam por aqui.

É um direito do comandante preferir este ou aquele. Isto é absolutamente normal. Mas não me parece razoável achar que determinados atletas, que já estavam no elenco, sejam praticamente descartados, simplesmente por não terem características que possam se adequar ao esquema do técnico.

Ora, os jogadores são patrimônios do clube. Tenho ouvido, por exemplo, que, especificamente, Pavón e Ademir, por exemplo, não teriam lugar no esquema do Chacho.

O próprio Ademir foi escalado, no jogo contra o Carabobo, em uma posição que não é a dele. Não vai render, como não rendeu. Não precisava ser nenhum vidente para 'prever' isso. E aí, a culpa é do jogador? Escalado em uma posição que não é a dele, por causa de um esquema do técnico? E aí, o jogador pode abrir mão de uma posição, o técnico não?

Aí acho que estamos alçando o treinador a uma categoria meio que fora do normal. Repito, para enfatizar, entendo perfeitamente que o comandante tenha seu esquema preferido e que tente implantar este esquema no time. Mas daí a simplesmente 'descartar' patrimônio do clube por não se encaixar em seu esquema, me parece meio demais.

Isto, para mim, é o rabo mordendo o cachorro. O técnico, quando contratado, deveria buscar encaixe para os jogadores que já estão no elenco, foram contratados, geraram custo.

A ver as cenas dos próximos capítulos, acerca do esquema de Coudet.

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