É coisa de cinema essa rivalidade. Mais uma vez a seleção de vôlei feminino vai ter os Estados Unidos no caminho do ouro olímpico. Dessa vez, porém, o roteiro tem tudo para ser diferente.

Desde a VNL assistimos a uma seleção brasileira que recusa a se entregar. A fase final poderia ter sido diferente, é verdade, mas ainda vale destacar a mudança de postura em relação a outras decisões, como da própria Olimpíada de Tóquio e a final do Mundial de 2022. Dá para ver nos olhos de Gabi, Thaisa, Nyeme, Carol, Natinha, Diana, Julia, Ana, Macris, Roberta, Lorenne, Tainara e Rosamaria o quanto elas querem esse ouro. E o quanto elas merecem.

A campanha nos Jogos Olímpicos até agora é de encher os olhos. Não houve um confronto sequer que poderíamos dizer que a seleção jogou mal, perdeu a cabeça ou teve os tais "apagões". Isso dá esperança. A cada entrevista nota-se o quanto estão focadas no principal objetivo, e isso da segurança. Até mesmo contra as seleções 'engasgadas' após a VNL, Japão e Polônia, os duelos foram muito mais preocupantes para nós do que para elas. Nós roemos as unhas em expectativa por aqui, elas jogaram soltas e mostraram superioridade por lá. Isso dá confiança.

Quis o destino que o Brasil se encontrasse novamente com os Estados Unidos, algoz tão conhecido em outros 'carnavais'. Mas em 2024, somos nós que chegamos com um pouco de favoritismo. Também é preciso saber administrar, mas o Brasil tem nas mãos uma chance de fazer história. Poucos meses atrás, a seleção quebrou um tabu que durava cinco anos ao vencer as americanas. Com material humano, entrosamento, comissão técnica e vontade. Combinação que fez a diferença. 

Não será fácil, mas é a briga promete ser boa. A poucas horas da bola subir, nos resta torcer para que tudo que encaminhou o ciclo olímpico para esse momento apareça em sua melhor forma, e a seleção chegue em quadra com a mesma garra, inteligência e disciplina tática que mostrou até agora. Que o nosso roteiro, dessa vez, seja diferente.