O titular da coluna entrevistou, no programa “DNA”, da Band Minas, o governador de Minas, Romeu Zema. Hoje, selecionamos aqui uma espécie de “The Best of Zema”. A palavra-chave para entender a trajetória do governador é “família”. Antes de administrar o Estado, o homem “ralou” muito no Grupo Zema, de seu pai, Ricardo – a mãe é Maria Lúcia –, fundado pelo bisavô Domingos Zema, em Araxá.
Romeu São Paulo
Romeu Zema tem trajetória inspiradora e exemplar. Foi cobrador, frentista, balconista, estoquista, caixa, comprador, vendedor, analista de marketing, analista comercial e gerente. Com essa bagagem, assumiu o grupo em 1991, tendo feito os estudos em Ribeirão Preto e, depois, administração de empresas na USP, em São Paulo
Romeu Brasil
Em sua gestão, levou as lojas Zema de quatro para 430 unidades, gerando 5.000 empregos em Minas, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Espírito Santo e Bahia. O segredo foi o pioneirismo, ou seja, levar seu comércio de móveis e eletrodomésticos – o pai só gostava de vender automóveis – para pequenas cidades que praticamente nada tinham e cujos habitantes, finalmente, puderam comprar a crédito.
Romeu Novo
Em 2018, convidado pelo Partido Novo a se candidatar ao governo do Estado, com “mínimas chances ou chance nenhuma”, Zema, num primeiro momento, hesitou. Depois, concluiu que “o Brasil não dá certo porque o brasileiro é ausente da política”. Para surpresa geral, incluindo do próprio candidato, Zema passou ao segundo turno e foi eleito com folga – 72% dos votos.
Romeu inédito
Zema se encaixa nesse perfil de políticos oriundos das urnas de 2018, homens despojados, beirando a simplicidade no discurso e até no vestir. Se Bolsonaro é criticado por isso, por tudo e, por exemplo, envergar a camisa do Palmeiras, Zema é mais discreto e menos criticado ao evitar o terno e a gravata, hábitos que só fazem o monge quando estritamente necessários.
Romeu reciclado
Resumindo a grande história em apenas 54 anos, com o exemplo caseiro, Romeu Zema, em suas próprias palavras, norteou-se por uma vida disciplinada, dedicada ao trabalho; uma infância muito feliz e despreocupada. Nada de luxo. Brincava dentro da empresa e, “enganado” pelo pai, como presente de aniversário e de Natal, ganhou quatro ou cinco vezes o mesmo velocípede, cada ano pintado com uma cor diferente.
Romeu exterminador
Como governador, um dos grandes desafios é a herança maldita: “Arrumar a casa sem dinheiro, com muito trabalho; limpar a sujeira, cheia de formigas e baratas”. E, acrescentamos, ratos. Mas “muitas dificuldades também significam muitas oportunidades”. Não pensa em reeleição, “mas muita água vai rolar”, ele quer “deixar Minas em outro patamar”.
Romeu mãos de tesoura
“Governador não é rei. Não quero retrato na parede. Quero ser lembrado como alguém que fez bem ao Estado”. No mais, rimando com simplicidade: “Gosto de ficar em casa. Vou a Araxá ver a família uma vez por mês. Começo trabalhar às 7h30 e volto só à noite”. Gosta de livros e lê jornais de uma forma inusitada: “Corto o que me interessa e leio nos fins de semana”.
Romeu sem Julieta
Tem contato com os filhos a cada quatro/cinco meses. A filha mora em Londres e o filho, em São Paulo. Perguntado, responde: “Não tenho namorada, não tenho tempo; aparecem algumas pessoas, e a gente vai levando”. Sua maior qualidade é a disciplina. Seu maior defeito é ser meio impaciente “com gente que fica enrolando, embromando, que não resolve, que fica amassando barro”.
Lança-perfume
Zema, e o esporte? Ele corre, nada e faz academia. “Mexer alivia, relaxa”. E encara bem as críticas: “Ninguém é dono da verdade, ninguém é perfeito. Já mudei minha opinião várias vezes e rezo a Deus para continuar assim. Quem se acha dono da verdade acaba andando para trás”.
Descendente de italianos e portugueses, bebe vinho: “Não sou ‘aquele’ apreciador constante, mas gosto, com uma massa, um peixe: salmão, bacalhau, cai muito bem”. Saudade de algo? “Olho tanto para o futuro! Mas tenho saudade da minha infância, que foi muito boa, com minhas tias-avós. Minha avó e meu avô morreram prematuramente”, conta. “Hoje, as crianças não têm a liberdade que tivemos, a sorte de sair de bicicleta pelas ruas, sem perigo”.
Como se define? “Uma pessoa curiosa e um eterno inconformado”.
Seu epitáfio? “Aqui está alguém que viveu para fazer a diferença”. E mais. “Sou otimista. Acho que tudo pode ser melhorado. Precisamos deixar um legado. Minas está numa situação extremamente difícil e delicada”, afirma. “Mas digo aos mineiros que voltaremos a ter orgulho de Minas. O mineiro é trabalhador e empreendedor”.
Por falar em Zema, que não quis morar no Palácio das Mangabeiras, vale e lembrar que o lindo projeto de Oscar Niemeyer, de 1955, abrigará a edição de 25 anos da CasaCor Minas. Em agosto, e pela primeira vez, o local será aberto ao público, que vibrará também com os jardins de Burle Marx. Tradicionalmente, a CasaCor Minas revela e recupera tesouros de nossa pobre arquitetura. Como o prédio que hoje abriga o Arquivo Público, a Casa do Conde e o casarão da Rede Ferroviária Federal.
Entre 16 e 27 de julho será realizada a 38ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, no Parque da Gameleira. Iniciativa da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), o evento é o maior da América Latina a reunir apenas uma raça. A abertura marca as comemorações dos 70 anos da entidade, fundada em 16 de julho 1949. Expectativa de mais de 220 mil visitantes