Editorial

Crise pandêmica

Queda no PIB mineiro no trimestre


Publicado em 05 de setembro de 2020 | 03:00
 
 
 
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A pandemia do coronavírus deixa marcas profundas em Minas Gerais. Mais de 3.000 novos casos confirmados em 24 horas – a impressionante marca de um registro por minuto – comprovam que não se pode descuidar um segundo sequer. Mas outro número também divulgado ontem aponta outra cicatriz deixada pela Covid-19: a crise econômica.

Somente no segundo trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) estadual encolheu 9,8% em relação aos três primeiros meses de 2020. O índice é equivalente ao comportamento do PIB brasileiro (-9,7%), divulgado há poucos dias pelo IBGE, mas, diferentemente, o tombo da economia mineira atingiu todos os setores, incluindo a agricultura, que, nacionalmente, tem conseguido reagir.

As medidas de isolamento, necessárias para evitar o contágio e preservação do sistema de saúde, foi especialmente cruel com a indústria de transformação estadual, que teve uma queda de 15,2% no trimestre devido ao abafamento de altos-fornos e suspensão de linhas de montagem, que somente no mês de julho começaram a ser retomados com maior escala.

Também o comércio e os serviços (como bares e restaurantes) aprofundaram sua crise, com retrações de 11,8% e 10,2%, respectivamente. Espera-se que esses prejuízos comecem a ser atenuados com a flexibilização adotada desde o mês passado. O resultado dessa quase completa estagnação foi o fechamento de 858 mil postos de trabalho, segundo a Fundação João Pinheiro.

A retomada dependerá não só de investimentos públicos e privados, essenciais para o resgate da confiança na economia, mas igualmente de um cuidado com as medidas de prevenção, pois não se pode imaginar quais seriam as consequências de uma segunda onda de contágio.

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