Os brasileiros voltam às urnas, hoje, para eleger o futuro presidente da República. Em alguns Estados, como Minas Gerais, serão eleitos também os futuros governadores. Com isso, se encerra uma importante etapa do processo democrático em nosso país.

Os resultados das eleições serão conhecidos ainda hoje. Sejam quais forem, eles serão respeitados. Candidatos e eleitores se empenharam bravamente na defesa de suas posições, delegando às urnas a faculdade de proclamar os nomes dos vencedores.

Apesar da violência das campanhas, o valor da democracia não foi colocado em dúvida em nenhum momento. Ela sobreviveu galhardamente às máquinas partidárias e não sucumbiu nem quando as campanhas se tornaram o paraíso das notícias falsas.

Com o colapso dos políticos de centro, no primeiro turno, a moderação, uma tradição política brasileira, deu lugar a uma baixaria sem limites na propaganda eleitoral e nos debates entre candidatos, justificando, nestes, a fuga de alguns do rádio e da televisão.

A escolha dos eleitores está se dando, então, entre dois extremos, quando o ideal seria eleger presidente um candidato de centro, que poderia dar a desejável estabilidade para tocar uma agenda de reformas de que o país se ressente há várias décadas.

Seja como for, o jogo está feito. De um lado, um político identificado com os últimos governos, que conduziram o país ao desastre econômico e à corrupção sistêmica. De outro, um salvador da pátria que promete resgatar os valores morais e a segurança da nação.

O fenômeno é mundial, confrontando, antes de nós, outros países. Perdida entre a indignação com o status quo e a possibilidade de uma saída, a população balança entre os extremos, entregando sua sorte ao líder que lhe transmitir mais confiança. O dia de hoje deveria ser de festa da democracia. No entanto, a preocupação é a sensação que predomina em 58% dos brasileiros.